sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Paternidade aos 90 anos

O fazendeiro indiano Nanu Ram Jogi posa para fotos com alguns de seus filhos, na quinta-feira, na vila de Paanchimli, na Índia.

Jogi se tornou o homem mais velho do mundo a ter um filho- seu 21º herdeiro nasceu no início deste mês, quando ele já tinha 90 anos.

O fazendeiro quer ter mais filhos até chegar aos 100 anos. Mas sua atual mulher - a quarta - diz que não quer mais crianças.


Fonte: Revista Veja Online

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Poesia Temática Mitológica em Blocos Online - Para Amar-te


PARA AMAR-TE


Se para amar-te
For preciso a bruma
Dar-te-ei o sol
Pra clarear teus dias

Se para amar-te
For preciso a seiva
Dar-te-ei o solo
Em que o alento brota

Se para amar-te
For preciso o canto
Dar-te-ei as cordas
Com que vocalizo

Se para amar-te
For preciso a lua
Dar-te-ei o orbe
Onde habita Artêmis

E se ainda assim
Achares que é pouco
Dar-te-ei minhas lágrimas
Cedidas por Netuno.


Márcia Sanchez Luz ©


*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

Concurso de Fotografias Revela a Arte na Ciência - BBCBrasil.com

CONCURSO DE FOTOGRAFIAS


Dentes de caracol de jardim, cristais de vitamina C e garras de morcego são alguns dos destaques da edição deste ano do concurso fotográfico britânico Visions of Science, ou Visões da Ciência, em tradução livre.

Os 32 finalistas, que vão de acadêmicos e médicos a fotógrafos amadores e estudantes, encontraram maneiras originais de retratar fenômenos científicos e naturais.

O resultado são imagens que ora lembram obras de arte abstratas ora parecem saídas de um filme de terror.

Fonte: BBCBrasil.com


Veja imagens da competição

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Nelson Mandela


Na presença de representantes da classe política britânica, o homem que não deixou que 27 anos de prisão destruíssem o sonho de uma África do Sul livre, assistiu à inauguração da sua estátua em Londres. Em frente ao parlamento britânico, Nelson Mandela foi homenageado com uma escultura de quase 3 metros de altura.

Clique no título para ler a reportagem na íntegra.

Poema de Manuel Bandeira - Desencanto


DESENCANTO
(Manuel Bandeira)

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Passo da Vida

PASSO DA VIDA

Todo o espaço de tempo
Na régua ou no compasso
Do passo injusto da vida
Obriga-nos sempre a lutar.

Será que a cada instante,
No desenlace das horas
As horas custam a passar?

E todo o tempo perdido
Pedido feito ao luar
Que não se esvaia na noite
Acaba por acabar.

Márcia Sanchez Luz ©

segunda-feira, 27 de agosto de 2007


Viagem - Poesia em Blocos Online



VIAGEM

No nascer do sol
O expoente se inicia
Com a maldição do olhar.

E nas trevas ardentes
De chuvas que brotam
De mágoas intensas,
O sol desaparece
Num quebranto
De dor e amargura
Num espanto
De amor e ternura.

Márcia Sanchez Luz ©

Meus Indicados

Lista dos links e poemas por mim indicados para o "PRÊMIO CANETA DE OURO – POESIAS 'IN BLOG' 2007":

Faca Afiada - 06 de abril de 2007
http://chrisherrmann.blogspot.com/
"URGENTE" - 06 de julho de 2007
http://poesiadeluizacaetano.blogspot.com/
por encanto...por enquanto... - 03 de agosto de 2007
http://voodeariane.blogspot.com/
PAIXÃO - 06 de julho de 2007
http://ciceroalvernaz.blogspot.com
Guindaste - 12 de junho de 2007
http://casadeparagens.blogspot.com

sábado, 25 de agosto de 2007

Palavras ao Mar - Vicente de Carvalho

PALAVRAS AO MAR

(Vicente de Carvalho)

Mar, belo mar selvagem
Das nossas praias solitárias! Tigre
A que as brisas da terra o sono embalam,
A que o vento do largo eriça o pêlo!
Junto da espuma com que as praias bordas,
Pelo marulho acalentada, à sombra
Das palmeiras que arfando se debruçam
Na beirada das ondas - a minha alma
Abriu-se para a vida como se abre
A flor da murta para o sol do estio.

Quando eu nasci, raiava
O claro mês das garças forasteiras:
Abril, sorrindo em flor pelos outeiros,
Nadando em luz na oscilação das ondas,
Desenrolava a primavera de ouro;
E as leves garças, como olhas soltas
Num leve sopro de aura dispersadas,
Vinham do azul do céu turbilhonando
Pousar o vôo à tona das espumas...

É o tempo em que adormeces
Ao sol que abrasa: a cólera espumante,
Que estoura e brame sacudindo os ares,
Não os sacode mais, nem brame e estoura;
Apenas se ouve, tímido e plangente,
O teu murmúrio; e pelo alvor das praias,
Langue, numa carícia de amoroso,
As largas ondas marulhando estendes...

Ah! vem daí por certo
A voz que escuto em mim, trêmula e triste,
Este marulho que me canta na alma,
E que a alma jorra desmaiado em versos;
De ti, de tu unicamente, aquela
Canção de amor sentida e murmurante
Que eu vim cantando, sem saber se a ouvia,
Pela manhã de sol dos meus vinte anos.

Ó velho condenado
Ao cárcere das rochas que te cingem!
Em vão levantas para o céu distante
Os borrifos das ondas desgrenhadas.
Debalde! O céu, cheio de sol se é dia,
Palpitante de estrelas quando é noite,
Paira, longínquo e indiferente, acima
Da tua solidão, dos teus clamores...

Condenado e insubmisso
Como tu mesmo, eu sou como tu mesmo
Uma alma sobre a qual o céu resplende
- Longínquo céu - de um esplendor distante.
Debalde, o mar que em ondas te arrepelas,
Meu tumultuoso coração revolto
Levanta para o céu como borrifos,
Toda a poeira de ouro dos meus sonhos.

Sei que a ventura existe,
Sonho-a; sonhando a vejo, luminosa.
Como dentro da noite amortalhado
Vês longe o claro bando das estrelas;
Em vão tento alcançá-la, e as curtas asas
Da alma entreabrindo, subo por instantes...
O mar! A minha vida é como as praias,
E o sonho morre como as ondas voltam!

Mar, belo mar selvagem
Das nossas praias solitárias! Tigre
A que as brisas da terra o sono embalam,
A que o vento do largo eriça o pêlo!
Ouço-te às vezes revoltado e brusco,
Escondido, fantástico, atirando
Pela sombra das noites sem estrelas
A blasfêmia colérica das ondas...

Também eu ergo às vezes
Imprecações, clamores e blasfêmias
Contra essa mão desconhecida e vaga
Que traçou meu destino... Crime absurdo
O crime de nascer! Foi o meu crime.
E eu expio-o vivendo, devorado
Por esta angústia do meu sonho inútil.
Maldita a vida que promete e falta,
Que mostra o céu prendendo-nos à terra,
E, dando as asas, não permite o vôo!

Ah! cavassem-te embora
O túmulo em que vives - entre as mesmas
Rochas nuas que os flancos te espedaçam,
Entre as nuas areias que te cingem...
Mas fosses morto, morto para o sonho,
Morto para o desejo de ar e espaço,
E não pairasse, como um bem ausente,
Todo o infinito em cima de teu túmulo!

Fosse tu como um lago,
Como um lago perdido entre as montanhas:
Por só paisagem - áridas escarpas,
Uma nesga de céu como horizonte...
E nada mais! Nem visses nem sentisses
Aberto sobre ti de lado a lado
Todo o universo deslumbrante - perto
Do teu desejo e além do teu alcance!

Nem visses nem sentisses
A tua solidão, sentindo e vendo
A larga terra engalanada em pompas
Que te provocam para repelir-te;
Nem buscando a ventura que arfa em roda,
A onda elevasses para a ver tombando,
- Beijo que se desfaz sem ter vivido,
Triste flor que já brota desfolhada...

Mar, belo mar selvagem!
O olhar que te olha só te vê rolando
A esmeralda das ondas, debruada
Da leve fímbria de irisada espuma...
Eu adivinho mais: eu sinto... ou sonho
Um coração chagado de desejos
Latejando, batendo, restrugindo
Pelos fundos abismos do teu peito.

Ah, se o olhar descobrisse
Quanto esse lençol de águas e de espumas
Cobre, oculta, amortalha!... A alma dos homens
Apiedada entendera os teus rugidos,
Os teus gritos de cólera insubmissa,
Os bramidos de angústia e de revolta
De tanto brilho condenado à sombra,
De tanta vida condenada à morte!

Ninguém entenda, embora,
Esse vago clamor, marulho ou versos,
Que sai da tua solidão nas praias,
Que sai da minha solidão na vida...
Que importa? Vibre no ar, acode os ecos
E embale-nos a nós que o murmuramos...
Versos, marulho! Amargos confidentes
Do mesmo sonho que sonhamos ambos!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Fui Indicada - Prêmio Caneta de Ouro - Poesias "In Blog" 2007



André L. Soares disse...

MÁRCIA SANCHEZ LUZ

Boa noite!

Por favor, leia com atenção!

É com base no modelo ‘Blog Day – Cinco Estrelas’, evento de sucesso idealizado pela Elza, do blog ‘NADA POR MIM’, que nós, ANDRÉ L. SOARES (do blog GRITOS VERTICAIS ) e RITA COSTA (do blog ALMA DE POESIA ), na condição de ORGANIZADORES (não participantes), lançamos agora o “PRÊMIO CANETA DE OURO – POESIAS ‘IN BLOG’ 2007”, com o objetivo maior de eleger, conforme o voto dos próprios ‘bloggers’, o ‘MELHOR POETA’ e o ‘MELHOR POEMA’ de 2007, postado em idioma PORTUGUÊS.

Acreditando que o intercâmbio de conhecimentos decorrente da leitura diversificada é benéfico ao desenvolvimento da poesia como um todo, o PRÊMIO CANETA DE OURO – POESIAS ‘IN BLOG’ 2007 objetiva, também, estimular a leitura, bem como a maior integração entre os ‘bloggers’ que escrevem poemas em idioma PORTUGUÊS.

A participação é opcional e gratuita, não implicando em quaisquer tipos de ônus aos participantes.

Assim, dando início ao “PRÊMIO CANETA DE OURO – POESIAS ‘IN BLOG’ 2007”, nós, André L. Soares e Rita Costa, Organizadores deste evento, indicamos o poema intitulado ‘NO VERDE DOS TEUS OLHOS.’ [ http://marciasl2001.blogspot.com/2007_07_01_archive.html ], postado em seu blog em 23.julho.2007, para ‘Concorrente Inaugural’, juntamente com mais outros 29 poemas. Por favor, leia com atenção as regras do concurso em: AQUI.

Caso aceite, confirme sua participação pelo email: canetadeouropoesia2007@gmail.com, para que possamos lhe enviar o conjunto de ‘arquivos do participante’ (‘regras’, ‘banner’ e ‘caixa de texto’).

Participe e nos ajude a construir um dos maiores eventos literários da Internet.
Gratos por sua atenção!


ANDRÉ L. SOARES e RITA COSTA.
Organizadores.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Leitura Recomendada: Miscigenação não leva à democracia racial, diz sociólogo - O Globo Online

Toda Palavra


TODA PALAVRA

.......Anibal Beça ©



"Toda palavra guarda uma cilada"
......TORQUATO NETO


Toda palavra voa nebulosa
até chegar latente ao nosso chão.
Pousa sem pressa ou prece em mansa prosa
caída chuva breve de verão.

Toda palavra se abre generosa
para abrigar segredos num porão
lá onde sobram sombras sinuosas
levantando a poeira no perdão

Toda palavra veste-se vistosa
para fazer afagos na paixão
uma pantera em paz, porém tinhosa.

Toda palavra enfim é explosão
que o mundo só é mundo por osmose
pois há um outro ser no coração

(Este poema chegou a mim por e-mail, enviado pelo próprio Anibal Beça)

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Écoute


ÉCOUTE

Écoute le silence retrouvé
Parmis des bruits insistants
Que toujours nous remètent
À chercher la gloire de l’éxistence.

Écoute la parole reinseignée
Par des émotions revenues
Qui s’addressent à toi
Quelques fois.

Écoute l’émotion des bruits
Presque perdus
Dans l’immensité
De ton coeur.

Écoute les vents du nord
Et du sud, et de l’est
Et de l’ouest...

Ils sont les sons de ton âme !

Márcia Sanchez Luz ©

segunda-feira, 20 de agosto de 2007


(João Bosco / Aldir Blanc – 1979)
Intérprete: Elis Regina

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona do bordel,
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata-borrão do céu,
Chupavam manchas torturadas, que sufoco!
Louco, o bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil pra noite do Brasil.
Meu Brasil.
Que sonha com a volta do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete.
Chora a nossa pátria mãe gentil,
Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil.
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente, a esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar
Asas, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar…

Histórico:

Composta em 1979, tornou-se um símbolo da luta pela anistia, pela volta dos exilados e pela abertura política do regime militar.

Carlitos, personagem mais famoso de Charles Chaplin, representa a população oprimida, mas que ainda consegue manter o bom humor, denunciava as injustiças sociais de forma inteligente e engraçada.

A Equilibrista dançando na corda bamba, de sombrinha, é a esperança de todo um povo.

Henrique de Sousa Filho, conhecido como Henfil, foi um cartunista, quadrinista, jornalista e escritor brasileiro. Seu irmão, Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho, foi um sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiros; concebeu e dedicou-se ao projeto Ação da Cidadania contra a Miséria e Pela Vida.

Com o golpe militar, em 1964, mobilizou-se contra a ditadura, sem nunca esquecer as causas sociais. Mas, com o aumento da repressão, foi obrigado a se exilar no Chile em 1971.
Maria era mãe de Betinho (irmão de Henfil) e Clarice, mulher do jornalista assassinado durante a ditadura, Vladimir Herzog.

Mas Marias e Clarisses, no plural, fazem referência às mães, irmãs ou mulheres de pessoas que se foram, ou mesmo deixaram o nosso país, lutando por um ideal, um sonho, de ver o Brasil livre para a informação e para a expressão das artes.


Texto de autoria de Cylene Dworzak Dalbon
Fonte: WordPress.com

Márcia Sanchez Luz - Blocos - Poesia Brasileira Contemporânea


MELODIA

Não há que negar
Nossas diferenças
Posto que existem
O claro e o escuro
Na mais densa mata
De todos os palcos
Desta melodia
Cujo nome é vida!
Transportada em redes
De luares rentes
Pois que a ti concedem
O clarão da alma
Da mais pura calma
Concebida em noites
De total silêncio
Onde a dor acaba
E o furor transcende
Transpassando a mente
Doce e saborosa
Pois que vicejante
Em tua fala quente
Que atordoa e mente!
Faz-se soberana
Como em ti emana
A presença humana...
Mãos que se entrelaçam
Entregando espaços
Antes tão restritos
A ínfimos laços!

Márcia Sanchez Luz ©

*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

domingo, 19 de agosto de 2007

A Tancredos, Joãos, Priscilas e Marias - Márcia Sanchez Luz - Crônicas - Blocos Online:

A TANCREDOS, JOÃOS, PRISCILAS E MARIAS

Na expressão de uma lágrima percorrendo nossos extremos, pôde-se ouvir um pavoroso estrondo evocando o grito de nossos corações.
De repente, uma única lágrima parecia dançar entre todos os corpos vivos, ao som de uma alucinante canção que nos fazia seguir o caminho irreversível da luta.

Fechando caminho para novos sigilos seguimos...
A cada estrondo, a cada lágrima, a cada grito.
Lágrimas caindo como um dominó, cujas peças pareciam não ter fim.

Salva de lágrimas.
Salva de tiros.

O peito aperta e enlaça a dor.
O ouvido encerra o ruído ensurdecedor.

Explodíamos, sem contenção.
Lágrimas aglomeradas assemelhavam-se a ondas gigantes.
O mar revolto, tomado pelas ondas, não mostrava um sinal sequer de paz.

Revolta patente atravessando corpos, machucando ventres, uivando em nossas cabeças já dilaceradas.
Não mais podíamos pensar...

O peito arde, o grito ecoa.
O pranto aperta a alma desperta!

E as ondas iam crescendo, trajando o som de metralhadoras.
Trovejava...
E o temor nos foi assolando...
E o barulho, ainda mais intenso, aludia a tambores prevendo a guerra.

Márcia Sanchez Luz ©

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Degelo Causado Pelo Aquecimento Global

Gaivotas pousam em iceberg, na Groenlândia

Fonte: AFP (Yahoo! Notícias)

Vinte Anos Sem Drummond


O AMOR ANTIGO
Carlos Drummond de Andrade

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.


JOSÉ
Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Mosaicos do Cotidiano - Ronaldo Franco

Muito Lindo! Vale a pena. Sentimentos traduzidos no preto e no branco de nossa realidade, numa mescla de poesia, música e imagens.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Auras

AURAS

Queria poder te contar
Meus mais loucos sonhos
Tão reais devaneios!
Viagens astrais...

Portais emanando a justiça
Palidamente escondida
Pelas mãos da humanidade
Torta, fria, desumana.

Infinitamente maiores
Do que jamais vislumbrara
Surgem auras, alvas auras!
Leves dançam, giram, voam.

Polidamente me chamam
Com natural cortesia.
Sussurram sons cristalinos
Como água e vento se amando.

Corre o tempo e o tempo clama
Retidão de sentimentos
Coração aberto ao vento
Lágrimas, doce momento.

Márcia Sanchez Luz ©

*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

Mil Perdões - Chico Buarque de Hollanda


Te perdôo
Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz
Te perdôo
Por pedires perdão
Por me amares demais
Te perdôo
Te perdôo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim
Te perdôo
Por ergueres a mão
Por bateres em mim
Te perdôo
Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de ti
Te perdôo
Por quereres me ver
Aprendendo a mentir (te mentir, te mentir)
Te perdôo
Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí
Te perdôo
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo
Por te trair.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

O Nascimento de Vênus



Clique na figura para ampliar O NASCIMENTO DE VÊNUS
Sandro Botticelli


A pintura representa a deusa Vênus emergindo do mar como mulher adulta, conforme descrito na mitologia grega.
No quadro, a deusa clássica Vênus emerge das águas em uma concha, sendo empurrada para a margem pelos Ventos D'oeste, símbolos das paixões espirituais, e recebendo, de uma Hora (as Horas eram as deusas das estações), uma manto bordado de flores. Alguns especialistas argumentam que a deusa nua não representaria a paixão terrena, carnal, e sim a paixão espiritual. Apresenta-se de forma similar a antigas estátuas de mármore (cujo candor teria inspirado o escultor do século XVIII Antonio Canova), esguia e com longos membros e traços harmoniosos.
O efeito causado pelo quadro, no entanto, foi um de paganismo, já que foi pintado em época em que a maioria da produção artística se atinha a temas católicos. Por isso, chega a ser surpreendente que o quadro tenha escapado das fogueiras de Savonarola, que consumiram outras tantas obras de Botticelli que teriam "influências pagãs".

Fonte: Wikipédia



segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Brasil, por Cazuza


BRASIL
Cazuza,George Israel e Nilo Roméro

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito é uma navalha

Brasil
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada pra só dizer "sim, sim"

Brasil
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Grande pátria desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
(Não vou te trair)

sábado, 11 de agosto de 2007

Carinhos Especiais


Amauri Tonussi escreveu:


Menina Márcia,
certamente que me lembro de sua primeira comunicação, em que você dizia estar publicando em uma antologia da qual participava também um poeta de que gosto muito, o Ledo Ivo. Aquele e-mail chegou em momento particularmente difícil, e eu não pude mesmo ler seus escritos, embora não tenha esquecido deles de forma alguma.
Pois foi com grande prazer (mesmo!), que li sua homenagem à Leila Míccolis. O de que mais gostei foi da simplicidade de expressão – fato muito pouco usual na poesia, e que a mim parece essencial a qualquer bom poema. A complicação ou a frase retorcida subtraem (mais que isso, roubam) o estado de poesia que o escritor deseja obter.
Outra qualidade que me chamou muito à atenção foi o fato de que seus versos contêm poesia. Parece óbvio, mas não é. Manuel Bandeira apontou muito esse fato; escrevem-se milhares de poemas, mas pouco são os que efetivamente contêm poesia, isto é, atingem o leitor de modo que o texto lido deixa de ser mera comunicação de idéia e abrem portas secretas de transcendência.
Veja seus últimos 2 versos; eles, entre outras coisas, têm base em uma idéia primária, que poderia ser dita assim:
Na vida nem tudo passa. Mas mesmo que tudo passasse, Leila, tu ficarias.
Na frase acima, a idéia permaneceu, mas despida de poesia. Tratar-se-ia de um enunciado sem ressonância, que se esgota no sentido mais imediato que pretende comunicar.
Quando você escreve

Se na vida tudo passasse,
Leila, tu ficarias! ,

a idéia acima expressa (sem poesia), torna-se portal aberto à comunicação de estados e situações que estão muito além dela. Por exemplo: toca-se na idéia de que a maioria das coisas, na vida, é passageira, e isso traz sentimento de perda a quem percebe tal fato. Outra idéia: na vida nem tudo passa, mas é preciso empreender um esforço de lucidez para perceber que as coisas não são exatamente como parecem. Ainda outra: atentando-se bem para a incômoda sensação de que as coisas passam e se perdem – e sendo afrontado pelo dano existencial que isso causa – é possível entrever que há seres/ou coisas que resistem a esse movimento migratório de abandono de tudo o que existe. Isso está estampado na existência (e na permanência) de Leila. Portanto, ela é uma espécie de contra-fluxo do que existe, particularmente das coisas negativas que são a maioria do que existe, e que são as coisas que passam. Aí está outra coisa bela em seu texto, pois “Leila” não é uma pessoa, mas um símbolo de resistência da beleza, do permanente, do que não nos é roubado a cada dia.
Mas deixemos de lado essas elucubrações. O que quero mesmo dizer é que gostei de seu texto e que espero que você faça muitos e muitos e muitos mais assim.
Grande beijo,
Amauri

Márcia Sanchez Luz - À Leila Míccolis


À Leila Míccolis

Dizem que
O mundo é pequeno...
Os instantes são breves...
Tudo na vida passa...
Mas se pequeno o mundo fosse,
de que modo tua grandeza ele abrigaria?
Se breves fossem os instantes,
como seria a extensão de tua amizade medida?
Se na vida tudo passasse,
Leila, tu ficarias!

Márcia Sanchez Luz
24 de junho de 2007

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

O Mundo de Sofia - Resenha Crítica


O MUNDO DE SOFIA (Jostein Gaarder)

O autor, através desse romance, que tem como personagem central uma adolescente comum, sem outras dúvidas que não as próprias de sua idade e época, descreve toda a trajetória do Homem em busca de explicações para sua existência. Ele utiliza como recurso, na trama, um professor de Filosofia, um major e sua filha.
No decorrer do romance ele faz uma explanação, em forma de diálogo entre o professor de Filosofia e a adolescente, sobre a História da Filosofia, assim como sobre todas as transformações sofridas pelo ser humano no decorrer dos tempos.
Sofia, a adolescente em questão, está prestes a completar quinze anos e se depara com questões relativas à origem do mundo, das relações entre as pessoas e de quanto sua e, portanto, nossa existência é efêmera.
As indagações que lhe são feitas a levam a se perceber como um ser histórico. Sua existência depende de sua ação na realidade em conjunto com as atitudes alheias, isto é, a partir da interação com o mundo, já que ela, em contato com as questões filosóficas, descobre que os fatos da vida, a natureza, devem ser admirados diariamente, a todo instante, pois o mundo está em constante transformação; não devemos, pois, nos habituar ao mundo. Devemos, sim, ser como crianças que sempre se impressionam, se admiram com o que vêem, pois estão sempre descobrindo coisas novas. Devemos estar no mundo em eterno estado de vigília, sempre alertas a novos fatos, e não como se estivéssemos dormindo enquanto a vida passa. A vida é um mistério a ser desvendado a todo instante.
Sofia começa a ler e, mais adiante, a dialogar com Alberto, seu professor de Filosofia, sobre todas as posturas filosóficas existentes na humanidade. Aprende que os mitos, superstições, explicações sobrenaturais são formas fáceis para explicar os acontecimentos da vida incompreensíveis ao ser humano. Mas estas acabam por mascarar a realidade, pois o Homem, ao acreditar em explicações tão simplistas e tão aquém de sua existência, acaba por se afastar da vida, vivendo a realidade como mero espectador. Assim, se as coisas não vão bem, não dão certo, atribuindo a causa a mitos, superstições, sobrenatural, o ser humano se exime de culpa frente aos problemas que o cercam. Entretanto, o autor, através de um questionamento permeado por um constante diálogo com Sofia, nos mostra que o que acontece no mundo é fruto de nossas atitudes. A história é feita pelos Homens, através de suas reflexões, diálogos e ações. O autor vai mostrando, através da História da Filosofia, que para interferirmos em nossa realidade devemos estar sempre indagando sobre os fatos, buscando nossas raízes históricas, pois a vida não é uma fatalidade, e sim algo construído pelos seres humanos em sua interação com seus semelhantes e através do tempo, sempre de forma contínua, nunca estagnada.
Dentre os filósofos estudados, é interessante ver Aristóteles e suas formas de felicidade, vistas como a realização plena do Homem enquanto tal; podemos observar que há muito existe a preocupação de que o Homem seja um cidadão livre, consciente e responsável por sua existência.
É importante citar o Oriente em suas buscas filosóficas. Assim, como disse Swami Vivekananda, “... é ateu aquele que não acredita em si mesmo.” (p. 155).
A “Lei da Inércia”, de Newton, pode muito bem ser aplicada à nossa vida, pois sempre existem fatos que nos obrigam a atuar em nossa realidade; entretanto, existem pessoas que permanecem inertes, indiferentes à realidade que as cerca, como se mudar ou não a maneira de pensar, de agir, de ver o mundo, em nada pudesse modificar o curso da história, o estado das coisas.
Nos dias de hoje, prega-se a necessidade de que todos tenham acesso à informação para que entendam a realidade e nela possam atuar de forma consciente, idéia que, se voltarmos na história, remonta a Lutero.
Ao falar do Barroco, o autor procura mostrar o quanto os ornamentos mascaram a realidade; nosso Carnaval, cheio de riquezas e pompas, é um exemplo típico de como o Estado é capaz de dominar os oprimidos: tal é a grandeza do luxo e da riqueza, que por quatro dias ou mais esquecemos como nossa realidade é cruel, como nossa sociedade é desigual e, assim, nos acomodamos a ela.
Ao mostrar as diversas correntes filosóficas, o autor nos faz perceber que, ao refletirmos, o fazemos a partir do que vemos e vivenciamos em nossa época e, assim, nossa reflexão não poderá ser eterna. A vida é uma somatória de momentos, e desta forma, o Homem se modifica a todo instante.
O autor também questiona nossa concepção de existência ao falar do niilismo, onde só existimos porque acreditamos neste fato, e também ao citar Sartre e seu existencialismo, quando afirma que “a existência precede a essência”, “existência não significa simplesmente estar vivo” (p. 486) e, assim, o ser humano, ao tomar consciência de sua existência, também se percebe responsável por ela.
Personagens de contos de fada surgem na vida de Sofia, assim como Sofia e Alberto surgem na vida de outros personagens. Através de Alberto, o autor sugere que “a filosofia é o oposto da magia” (p. 361); todavia, penso que filosofia é magia, a magia da capacidade de o ser humano se voltar para dentro de si e confrontar-se com o mundo em busca de explicações para sua existência.
Somos personagens, assim como Chapeuzinho Vermelho e muitos outros. Contudo, podemos escolher entre sermos meros espectadores da história que está sendo escrita ou sermos agentes desta história, isto é, escrevê-la em parceria com outros seres.
Somos capazes de tudo; de transformar o mundo; fazer dele um sonho que nunca se realizará, um pesadelo que só acabará com a morte – se quisermos ser meros fantoches, personagens criados por autores não bem intencionados, ou então escrever nossa própria história, onde nós seremos os personagens principais.
Não podemos deixar que o “major”, aquele que detém o poder de nossas vidas, escreva nosso destino, pois ele poderá dar cabo de nossa existência quando bem lhe convier.
Finalizando, “O Mundo de Sofia” é um romance fantástico do qual não queremos nos separar. Ele retrata com maestria a nossa existência.
É livro de cabeceira, para ser pesquisado constantemente.

Márcia Sanchez Luz ©

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Entrevista de Leila Míccolis ao poeta Ulisses Tavares

ESPECIAL!

Leia a entrevista de Leila Míccolis ao poeta Ulisses Tavares, da Revista
"DISCUTINDO LITERATURA", edição número 13

Para visualizar melhor, clique em cima de cada figura

Raul Machado

A UM POETA

Poeta! Se em grandes lágrimas o pranto
Tua alma embebe, tua face inunda,
Sê como a terra dos canteiros, quanto
Mais orvalhada, tanto mais fecunda!

E enquanto o choro se extravasa, lento,
Da tua dor faze um motivo de arte!
Floresce em versos o teu sentimento!
Em fruito de oiro o coração reparte!

Sofres sem trégua? A vida te escurecia?
Marcas, de sangue generoso, os rastros?
Transforma o teu soluço em harmonia!
Rebenta as tuas lágrimas em astros!

Ilumina de um brilho, novo e ardente,
A noite e o horror de teus martírios puros!
Os céus se mostram infinitamente
Mais estrelados, quanto mais escuros...

Glorificar a dor é o teu destino!
No mundo da arte que se não profana,
Toda centelha do prazer divino
Nasce de um pouco da tristeza humana!

(enviado por Francisco Sanchez)

segunda-feira, 6 de agosto de 2007


E-MAILS

Como me atormenta esse silêncio!
Quando a dúvida me assola
Convido-te e duvido
Que não aceitarás.

Recusar seria loucura
Mistura quase indevida
De procura e inquietude
Não mudança de postura!

O que foi que se quebrou
Em meio a tantos e-mails
No emaranhado de fios
Que nossos sonhos permeiam?

O que foi que se perdeu
No tortuoso caminho
Da palavra que não soa?

Márcia Sanchez Luz ©


*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

domingo, 5 de agosto de 2007

Salvador Dalí

O Sonho

O Grande Masturbador


Para quem gosta de Salvador Dalí, segue uma sugestão:

Acesse http://www.daligallery.com/

É como se estivéssemos em uma galeria de arte!
Entre no elevador virtual e clique nos respectivos andares para visitar suas obras.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Márcia Sanchez Luz - Blocos - Poesia Brasileira Contemporânea

RESPOSTA

Vão te encontrar sorrindo, rindo de tudo que te fizeram.
Vão te encontrar blefando o mesmo blefe que te ensinaram.
Vão te encontrar jogando o mesmo jogo a que te expuseram.
(Vão sim, vão sim)

Vão te encontrar na noite, cantando o samba pra relaxar.
Vão te encontrar de dia, dançando a rumba pra distrair.
Vão te buscar de dia, de noite e sempre e vais dizer não.
(Vai não, vai não)

Vão te encontrar sereno, mais cedo ou tarde te procurar.
Hão de sentir tua ausência, nas noites frias junto ao luar.
Hão de chamar por ti, nos dias quentes, nas estiadas.
(Hão sim, hão sim)

Mas de rogado vais te fazer.
Jogue os retalhos do que sobrou.
Mostre tudo o que semeou.
Mostre a faca que te cortou.
Mostre o mundo que te encantou.
E mostre ao mundo o que te machucou..

Márcia Sanchez Luz ©

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Fernando Pessoa

ANÁLISE

Tão abstrata é a idéia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.

Fernando Pessoa, 12-1911

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Blocos - Teatro - Notícias


TESTE PARA ATORES QUE SAIBAM CANTAR E TOCAR VIOLÃO


PRECISAMOS DE ATORES/MÚSICOS QUE SAIBAM CANTAR E TOCAR VIOLÃO PARA O MUSICAL INFANTIL ECOLÓGICO 'VAMOS COLORIR O MUNDO'.

Os interressados enviar curriculo com fotos para o E-mail - kgproducoes@yahoo.com.br , klebergoncalves@bol.com.br - Tel: 11 6849-0821 Cel: 9695-6797 - Falar com Kleber Gonçalves.

(Notícia enviada por Amilton Ferreira).

PRODUTORA PLAYART= CADASTRAMENTO DE ATORES E ATRIZES/SP

A Playart, nasceu com a proposta de prestar serviços em produções, eventos, cinema, televisão, comerciais etc., num processo de criação completa delineando a necessidade de seus clientes para um respectivo cronograma de trabalho. Fone: 11-6914-2681/9133-1981

www.playarteventos.com.br
E-mail:dorapay@terra.com.br
tribodobar@terra.com.br
A/C DORA GONÇALVES

(Notícia enviada por Amilton Ferreira)