quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Celine Dion - Happy Christmas (War Is Over)

Deixo aqui meu desejo de que o seu Natal, junto à sua família, seja de muita paz, saúde, amor e luz! E que o ano que se inicia possa ser mensageiro de uma nova era, onde as pessoas entendam o real significado da vida e da convivência.

E que a Paz possa reinar em todos os corações!


Márcia

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Olavo Bilac - Biografia e Poemas





Biografia

(extraída do site da Academia Brasileira de Letras)

Fundador

Fundador da Cadeira 15. Recebeu o Acadêmico Afonso Arinos.

Olavo Bilac (O. Braz Martins dos Guimarães B.), jornalista, poeta, inspetor de ensino, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de dezembro de 1865, e faleceu, na mesma cidade, em 28 de dezembro de 1918. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a Cadeira nº. 15, que tem como patrono Gonçalves Dias.

Eram seus pais o Dr. Braz Martins dos Guimarães Bilac e D. Delfina Belmira dos Guimarães Bilac. Após os estudos primários e secundários, matriculou-se na Faculdade de Medicina no Rio de Janeiro, mas desistiu no 4º. ano. Tentou, a seguir, o curso de Direito em São Paulo, mas não passou do primeiro ano. Dedicou-se desde cedo ao jornalismo e à literatura. Teve intensa participação na política e em campanhas cívicas, das quais a mais famosa foi em favor do serviço militar obrigatório. Fundou vários jornais, de vida mais ou menos efêmera, como A Cigarra, O Meio, A Rua. Na seção “Semana” da Gazeta de Notícias, substituiu Machado de Assis, trabalhando ali durante anos. É o autor da letra do Hino à Bandeira.

Fazendo jornalismo político nos começos da República, foi um dos perseguidos por Floriano Peixoto. Teve que se esconder em Minas Gerais, quando freqüentou a casa de Afonso Arinos em Ouro Preto. No regresso ao Rio, foi preso. Em 1891, foi nomeado oficial da Secretaria do Interior do Estado do Rio. Em 1898, inspetor escolar do Distrito Federal, cargo em que se aposentou, pouco antes de falecer. Foi também delegado em conferências diplomáticas e, em 1907, secretário do prefeito do Distrito Federal. Em 1916, fundou a Liga de Defesa Nacional.

Sua obra poética enquadra-se no Parnasianismo, que teve na década de 1880 a fase mais fecunda. Embora não tenha sido o primeiro a caracterizar o movimento parnasiano, pois só em 1888 publicou Poesias, Olavo Bilac tornou-se o mais típico dos parnasianos brasileiros, ao lado de Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.

Fundindo o Parnasianismo francês e a tradição lusitana, Olavo Bilac deu preferência às formas fixas do lirismo, especialmente ao soneto. Nas duas primeiras décadas do século XX, seus sonetos de chave de ouro eram decorados e declamados em toda parte, nos saraus e salões literários comuns na época. Nas Poesias encontram-se os famosos sonetos de “Via-Láctea” e a “Profissão de Fé”, na qual codificou o seu credo estético, que se distingue pelo culto do estilo, pela pureza da forma e da linguagem e pela simplicidade como resultado do lavor.

Ao lado do poeta lírico, há nele um poeta de tonalidade épica, de que é expressão o poema “O caçador de esmeraldas”, celebrando os feitos, a desilusão e morte do bandeirante Fernão Dias Pais. Bilac foi, no seu tempo, um dos poetas brasileiros mais populares e mais lidos do país, tendo sido eleito o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, no concurso que a revista Fon-fon lançou em 1º. de março de 1913. Alguns anos mais tarde, os poetas parnasianos seriam o principal alvo do Modernismo. Apesar da reação modernista contra a sua poesia, Olavo Bilac tem lugar de destaque na literatura brasileira, como dos mais típicos e perfeitos dentro do Parnasianismo brasileiro. Foi notável conferencista, numa época de moda das conferências no Rio de Janeiro, e produziu também contos e crônicas.


Alguns Poemas


Deixa o olhar do mundo

X

Deixa que o olhar do mundo enfim devasse
Teu grande amor que é teu maior segredo!
Que terias perdido, se, mais cedo,
Todo o afeto que sentes se mostrasse?

Basta de enganos! Mostra-me sem medo
Aos homens, afrontando-os face a face:
Quero que os homens todos, quando eu passe,
Invejosos, apontem-me com o dedo.

Olha: não posso mais! Ando tão cheio
Deste amor, que minh'alma se consome
De te exaltar aos olhos do universo...

Ouço em tudo teu nome, em tudo o leio:
E, fatigado de calar teu nome,
Quase o revelo no final de um verso.


Em mim também

VI

Em mim também, que descuidado vistes,
Encantado e aumentando o próprio encanto,
Tereis notado que outras cousas canto
Muito diversas das que outrora ouvistes.

Mas amastes, sem dúvida ... Portanto,
Meditai nas tristezas que sentistes:
Que eu, por mim, não conheço cousas tristes,
Que mais aflijam, que torturem tanto.

Quem ama inventa as penas em que vive;
E, em lugar de acalmar as penas, antes
Busca novo pesar com que as avive.

Pois sabei que é por isso que assim ando:
Que é dos loucos somente e dos amantes
Na maior alegria andar chorando.


Fogo-fátuo

Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma
A esta tortura de homem e de artista:
Desdém pelo que encerra a minha palma,
E ambição pelo mais que não exista;

Esta febre, que o espírito me encalma
E logo me enregela; esta conquista
De idéias, ao nascer, morrendo na alma,
De mundos, ao raiar, murchando à vista:

Esta melancolia sem remédio,
Saudade sem razão, louca esperança
Ardendo em choros e findando em tédio;

Esta ansiedade absurda, esta corrida
Para fugir o que o meu sonho alcança,
Para querer o que não há na vida!


Longe de ti

XXXI

Longe de ti, se escuto, porventura,
Teu nome, que uma boca indiferente
Entre outros nomes de mulher murmura,
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...

Tal aquele, que, mísero, a tortura
Sofre de amargo exílio, e tristemente
A linguagem natal, maviosa e pura,
Ouve falada por estranha gente...

Porque teu nome é para mim o nome
De uma pátria distante e idolatrada,
Cuja saudade ardente me consome:

E ouvi-lo é ver a eterna primavera
E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.




segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Direitos Humanos - Graça Graúna


Lançamento do Comitê Estadual em Educação e Direitos Humanos , Recife, PE · 10/12


Em meio às celebrações dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, as Comissões de Educação e Cultura e de Defesa da Cidadania realizam Audiência Pública, em parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE) – para o “Lançamento do Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos”. As referidas comissões são presididas, respectivamente, pelas Deputadas Teresa Leitão e Terezinha Nunes. A audiência que se realizará no dia 10 de dezembro de 2008, às 10 horas, no Auditório, 6º andar, anexo I da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco, contará com a presença de representantes de Movimentos Sociais: Comunidades Indígenas e Quilombolas, Associações de Idosos, Mulheres, Grupos de Saúde, Conselho Tutelar, Secretaria de Educação do Estado e do Município, Secretaria Municipal de Direitos Humanos e entidades afins.O lançamento do Comitê é uma das metas da Secretaria Especial de Educação em Direitos Humanos da Presidência da República – SEEDH-PR junto às catorze Universidades que tiveram seus projetos aprovados em 2006; entre eles, o Projeto de Literatura e Direitos Humanos, da UPE - Campus Garanhuns que tem como coordenadora a Profa. Graça Graúna e como Técnica Responsável, a Profa. Waldênia Leão.O símbolo do Projeto é a Bandeira da Paz, um dos mais antigos do mundo. Suas três esferas foram definidas pelo artista russo Nícholas Roerich, em abril de 1935, como a síntese de todas as artes, todas as ciências e todas as religiões dentro do círculo da cultura. Ele definiu cultura como o cultivo do potencial criativo no homem. Acreditou que alcançar a paz através da cultura é um propósito para ser realizado através do esforço positivo da vontade humana. Nessa mesma data, a programação da UPE se estende pela noite com apresentação do Teatro do Oprimido. Haverá também um recital e na Biblioteca da UPE uma exposição de livros e cartazes relacionados ao tema e, no hall da Faculdade, mais uma exposição de Tsurus em movimento. Na ocasião será apresentada a edição especial do Mafuá, Jornal Literário de Garanhuns/PE, enfatizando a relação entre Literatura e os Direitos Humanos.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Texto de Paulo Roberto Bornhofen


Três formas de terror

Paulo Roberto Bornhofen


O cenário estava se armando. Quase quatro meses de chuvas. O solo estava encharcado, o rio, o famoso Itajaí-Açu, ganhava volume e tentava fugir de sua calha. O final de semana apenas começara, era sábado. Pela manhã, fui participar da Conferência Municipal de Cultura. Em meio a discussões sobre a cultura, um único assunto ganhava unanimidade, a chuva.
Quando voltei, no período da tarde, para o encerramento dos trabalhos, fui informado de que a conferência estava suspensa. O prefeito havia decretado estado de emergência. Voltei para casa e no caminho pude notar que as pessoas andavam apressadas, preocupadas. Cheguei a casa e fui deitar.
O barulho da chuva, que caía de forma torrencial, acordou-me. Fui até a cozinha e comecei a saborear uma castanha, quando pela janela da área de serviço notei o trânsito parado e sobre a pista da estrada havia uma lâmina de água barrenta, vermelha. A cidade começava a sangrar e eu não percebera. Fui até a sala, para olhar pela sacada, quando o trânsito parado na via que sai do Parque Vila Germânica chamou minha atenção. Quando cheguei à sacada a surpresa chocou. A rua em frente ao meu condomínio estava tomada pelas águas. Os carros passavam de forma cuidadosa. A água começava tomar a entrada do condomínio.
De súbito, corri e acordei minha esposa. Liguei para o COPOM para saber da situação e fui informado de que o Comandante do Batalhão estava presente. Liguei para ele e ouvi a sentença: “o plano de chamada está sendo ativado e és o primeiro a ser chamado!”. Já havia passado por esta situação antes, em meus 24 anos de serviço policial militar, dos quais 90% servidos em Blumenau; era a minha 5ª enchente.
Rapidamente preparei uma mochila, com alguns itens básicos, como o material de higiene, meias e cuecas. O fardamento eu guardo no quartel. Moro perto do Quartel do meu Batalhão e, pela experiência, sabia que não devia ir de carro. O Quartel pega água e sempre que Blumenau sofre com uma enchente, a casa da Polícia Militar é uma das primeiras a ser atingida. Não conseguia encontrar caminho para o quartel, estava tudo alagado. Liguei novamente para o Comandante, solicitando uma viatura.
Fui socorrido por uma de nossas viaturas do tipo camionete e no retorno ao quartel fomos parados por um grupo de pessoas que pedia auxílio para uma mãe com uma criança de 18 dias. Eram evangélicos que estavam participando de um encontro no Parque Vila Germânica, encontro este que também havia sido cancelado. Diante da situação, coloquei a mãe, com a criança nos braços, e mais uma senhora na viatura e partimos para a sua casa. Ele nos informou que morava na Rua José Reuter, no Ristow. O caminho foi longo. O cenário já era preocupante. Muitos alagamentos e deslizamentos pela via davam uma pequena mostra do que viria. A cidade não apenas sangrava, mas em alguns lugares ela já deixava sua carne à mostra. A cidade começava a mostrar suas entranhas, mas eu não percebia, não só eu, acho que até aquele momento ninguém percebia.
Quando chegamos à rua indicada, a senhora pediu-me que a deixasse antes de sua casa, que era em um morro, pois se parássemos em frente, ela não conseguiria sair, já que a viatura era muito alta. Lembro que ela ainda apontou para a sua casa e disse: - é lá que eu moro. Hora mais tarde, aquela região foi uma das mais castigadas da cidade, com a destruição de inúmeras casas pelo deslizamento de terra e muita gente morreu.
Quando cheguei ao quartel, me reuni com o Comandante e adotamos algumas medidas visando proteger o patrimônio. Por volta das 22:00h fomos dispensados. As previsões não apontavam para cheias. Confesso que fiquei feliz em voltar para casa. Fui a pé. As águas já haviam baixado e não encontrei nenhuma área alagada. Era uma trégua diabólica, apenas para transmitir uma falsa sensação de segurança. Uma pausa para o pior.
Blumenau e todo o Vale seriam tomados pelo terror. Silenciosamente a cidade era tomada por forças de proporções catastróficas. A cidade que aprendera a conviver com as seguidas cheias do rio não estava preparado para o que a aguardava. De forma sistemática e cruel, e natureza iria revelar toda a sua ira. A enchente teria companhia. Como que em uma bizarra aventura épica, um monstro com três corpos iria atacar o vale. A população seria acuada, judiada, massacrada. Os morros, que em épocas passadas eram o refúgio para as cheias, haviam se transformado em mortais armadilhas. Deslizamentos iriam tirar a vida de mais de uma centena de aterrorizados moradores do Vale.
Mas não no Domingo durante o dia. Novamente as águas recuaram. Nós voltamos ao quartel, havia sido chamado, novamente às 02:00h, em plena madrugada. Podemos dizer que o Domingo foi ameno durante o dia. Quando a noite se aproximou, nos preparamos para ficar ilhados no prédio do COPOM. Continuamente, as águas foram subindo. Não como nas enchentes que a cidade já havia testemunhado. O volume de água foi demasiado para um solo já castigado e ensopado por quase quatro meses de chuva. A enchente seria precedida de alagamentos. Lugares que tradicionalmente eram atingidos com determinadas cotas do rio, simplesmente ficaram embaixo d’água, independente da cota. Assim, de forma sorrateira, com total vilania, as águas pegaram os moradores de surpresa. É tradição que se adote determinada medida em função das cotas. Esta tradição foi destruída, desmoralizada, não serve mais para nada.
De agora em diante, quem se guiar pelas cotas estará placidamente esperando a morte chegar e não, como no passado, estará em estado de alerta para enfrentar, e vencer como tantas vezes já ocorreu, com a bravura (a bravura que moldou a multicolorida Blumenau) indômita dos orgulhosos blumenauenses, mais uma enchente. Triste ilusão que cega os sofridos bravos!
Com a chegada da noite nos instalamos no COPOM. Os telefones de emergência não paravam, assim com as águas do Ribeirão da Velha, que perigosamente passam e míseros metros dos fundos do aquartelamento. Sem pedir licença, e muito menos encontrar resistências, as águas foram tomando o quartel. Rapidamente uma furiosa lâmina tomou conta de todo o pátio. O Ribeirão da Velha, ardilosamente se apoderou do nosso quartel e lançou um braço que cortou caminho para evitar uma curva que contorna os fundos do mesmo. Agora, tínhamos as águas do Ribeirão, e sua astuta correnteza, nos cercando.
Pelo telefone, a comunidade continuava com seu grito de socorro. À medida que a noite avançava, o desespero aumentava, refletido nos ininterruptos chamados ao telefone 190. A cada telefonema, uma história de horror e desgraça nos alcançava. Pelo rádio, o que os policiais militares, homens e mulheres reportavam não era menos estarrecedor. Desmoronamentos, alagamentos, chuva torrencial e o rio, que fazia valer a sua qualificação de “Açu”, que em Guarani significa grande. O Itajaí-Açu alargava suas margens e engolia a cidade, engolia o vale.
O COPOM se viu envolto em um medonho frenesi. Dividíamos o espaço com os funcionários do SAMU, para alguns deles, a primeira experiência em catástrofes. Rapidamente a situação na cidade se deteriorou e o caos se instalou. Os deslizamentos não paravam. Morte e destruição em cada telefonema. Patrimônios, sonhos e vidas eram levados pelas avalanches de terra. Não demorou muito para que nossas viaturas se vissem sitiadas, suas rotas estavam bloqueadas, idem para as viaturas do SAMU. O socorro não circulava mais. Não chegava e quando chegava não saía. Estávamos vivendo algo inédito. Nunca antes tínhamos enfrentado situação parecida. Era uma guerra contra um inimigo astucioso, mas covarde. Batalhas eclodiam em todos os cantos da cidade na forma de deslizamentos, que produziam baixas e mais baixas entre os moradores. A luta era inglória. O número de vítimas ganhava corpo de forma assustadora.
Começamos a receber toda a carga da fúria da natureza. A cidade era atacada por todos os lados. Uma força descomunal a estava devorando, literalmente. Já não eram mais sinais, era todo o furor em seu esplendor máximo; a cidade estava com suas entranhas expostas. Entranhas famintas, que afloravam para o banquete diabólico. A terra dos morros se liquefazia e descia a encosta levando anos de trabalho duro, de sonhos, de projetos, de patrimônio duramente conquistado, de vidas, vidas e mais vidas. Entre as solicitações de ajuda, uma veio da Rua José Reuter, no Ristow, dando conta de que cerca de quinze casas haviam desmoronado como que em um efeito dominó, em que as pedras do jogo são casas, são vidas. Será que aquela mãe com seu bebê de dezoito dias foram atingidos? Passados dez dias daquela noite, ainda não sei. Falta-me coragem para retornar e saber daquelas pessoas. Acho que prefiro não saber. Uma contabilização macabra foi desenvolvida no COPOM. Tentávamos imaginar a quantidade de mortos, com base nas súplicas, nos pedidos desesperados por socorro que nos chegavam. Isso na Polícia Militar; e no Corpo de Bombeiros? Nem dava para imaginar.
Já havíamos perdido a energia elétrica e usávamos o sistema de suporte para emergência, um conjunto de baterias administradas por um software. Aos poucos este sistema foi falhando. Os computadores apagaram. Fazia horas que estávamos à luz de velas. Apenas o rádio e telefone 190 funcionavam. Não tínhamos mais como fazer os registros. O sistema rádio, que é ligado aos computadores foi perdido junto com eles; conseguíamos operar apenas através de um rádio tipo HT (aqueles rádios que os policias usam na cintura). Todo o sistema de segurança da cidade, ligado à manutenção da ordem pública, dependia de uma mísera bateria de HT, e quando ela acabasse... Em meio ao caos que assolava a cidade e se refletia em cada policial ilhado naquela sala, um soldado se aproxima de mim e com os olhos arregalados diz: “Major estão morrendo lá fora e não podemos fazer nada!” Simplesmente assenti com a cabeça. No pátio do quartel, aquela lâmina de água agora já tinha mais de um metro de espessura e era varrida por uma forte correnteza. Pensei comigo: se este prédio resistir e não desabar, podemos dizer que temos sorte.
Passados alguns instantes, perdemos o telefone 190. Todo o sistema caiu, e a bateria do HT resistia bravamente. Aos poucos, fomos percebendo o silêncio e como que um alívio tomou conta do ambiente. As más notícias não paravam de chegar, só que agora em menor número, apenas pela comunicação com as viaturas. Fomos informados de que um gasoduto explodira em Gaspar. Qual o tamanho da destruição? Havia mortos? Quantos? Apenas especulações. Aquela noite de terror estava longe de terminar. Pela janela do COPOM podíamos enxergar por detrás dos morros a claridade do incêndio no gasoduto. Diante de nós, uma paisagem diabólica ganhou forma. A claridade do incêndio era como que um pôr do sol, ou uma lua cheia a iluminar a morte e a destruição que se abatia sobre a cidade, que alagada desmoronava sob o seu próprio peso.
Terra, água e fogo estavam juntos, unidos contra os habitantes do vale. Desta forma, a primeira noite foi vencida e chegou o dia. O primeiro de uma seqüência de dias macabros. Dias que mostraram toda a nossa impotência e incompetência diante da fúria grotesca da natureza, que, sem pedir licença, foi devorando o que encontrava pela frente. Dias que mostraram, também, como a nossa arrogância pode potencializar as forças da natureza quando esta simplesmente resolve seguir seu curso normal. Mas, ainda não tínhamos conhecido o verdadeiro drama, o tamanho da tragédia. Era só o começo!

Paulo Roberto Bornhofen

Major da Polícia Militar de Santa Catarina e escritor.
Membro da Academia de Letras Blumenauense, da Academia de Letras de Canelinha e da Sociedade Escritores de Blumenau.


(Texto publicado com a autorização do autor)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Novo Livro de Márcia Sanchez Luz


Editora Protexto lança "Porões Duendes", segundo livro de Márcia Sanchez Luz, com prefácio de Leila Míccolis



Devemos ler “Porões Duendes” porque a autora, Márcia Sanchez Luz, é visceralmente poeta. E como todo poeta, tem o amor como parte integrante de sua alma. Sua inteligência poética está muito acima da média. Sua presença literária ultrapassa fronteiras. Basta ler nas orelhas deste livro suas credenciais extremamente importantes. Ninguém conquista os inúmeros títulos que Márcia amealhou sem um trabalho sério, competente, técnico, paradoxalmente permeado, em sua essência, ao profundo amor que ela generosamente transborda em tudo que faz.Depois do sucesso do livro “No Verde dos Teus Olhos”, Ed.Protexto, 2007, resolveu alçar vôos mais ousados. Inspirada nos grandes poetas parnasianos, enveredou pela difícil arte da construção de sonetos e o resultado está nas páginas deste “Porões Duendes”, fruto de estudo, dedicação, esforço e principalmente do imenso talento literário, orgulho de todos que têm o privilégio de conhecer sua obra.

Airo Zamoner - Editor

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Márcia Sanchez Luz recebe o Prêmio Dardos



O blog Márcia Sanchez Luz recebe o Prêmio Dardos, através do blog Links e Thinks, de Leila Míccolis.


“Com o Prêmio Dardos reconhecemos os valores que cada blogueiro mostra a cada dia no empenho em transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, em demonstrar, em suma, sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.”


Leila, meu coração em festa agradece a homenagem.

Márcia Sanchez Luz


Relação dos blogs por mim escolhidos para receber o Prêmio Dardos

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Como Detectar um Espelho Espião


VOCÊ SABE SE É VERDADEIRO OU FALSO O ESPELHO EM QUE ESTÁ SE OLHANDO?

"COMO DETECTAR UM ESPELHO ESPIÃO" é uma informação fornecida pela polícia de costumes. Quando você estiver hospedada num hotel ou pousada, usando a cabine de experimentador de roupas numa loja de departamentos, ou mesmo servindo-se de um banheiro público, preste atenção nos espelhos do local: sem saber, você pode estar sendo espionada em sua intimidade. Por isso não custa nada fazer o teste abaixo.

Esta informação não é para assustá-la, é apenas para alertá-la. Quando utilizam toaletes, banheiros públicos, cabines de experimentadores de roupas, reservados de clubes, academias de exercícios físicos etc., quantas mulheres podem ter a certeza de que os espelhos do local, aparentemente iguaizinhos aos comuns, não são aparelhos de visão em duas direções? Espelhos de visão em duas direções são aqueles em que você vê sua imagem refletida, mas que, por trás dele, alguém pode estar vendo (ou espionando) tudo que você faz -- como os usados nos programas de TV 'Casa dos Artistas’ e 'BigBrother’.

Tem havido muitos casos de pessoas instalando espelhos de visão em duas direções em locais freqüentados por mulheres para filmá-las, fotografá-las ou simplesmente espioná-las em sua intimidade. É muito difícil identificar corretamente o tipo de um espelho apenas olhando-se para ele. Então, como determinar com boa dose de precisão que tipo de espelho é o que você está vendo? De uma forma muito simples -- faça apenas o teste a seguir.

Toque com a ponta de uma unha a superfície que está refletindo a sua imagem. Se houver um espaço entre sua unha e a imagem refletida, o espelho é genuíno. O espaço que aparece equivale à espessura do vidro, porque a parte do espelho que reflete sua imagem é a do fundo do vidro, não a parte da frente. Mas, se a unha encosta diretamente na imagem, sem haver qualquer espaço entre a unha e o reflexo, CUIDADO COM ELE, POIS É UM ESPELHO DE VISÃO EM DUAS DIREÇÕES. Nele, a parte reflexiva é a da frente, não a do fundo do vidro. Então, lembre-se: cada vez que você estiver diante de um espelho suspeito, faça o 'teste da unha': tem que haver um espaço! Se não houver, aproveite e chame a polícia, pois este é um crime previsto em lei.

Mulher, ensine este teste às suas amigas de qualquer idade. Homens, esclareçam este fato para suas esposas, filhas, namoradas, noivas ou qualquer mulher de suas relações humanas e sociais: elas têm o direito de proteger sua intimidade da espionagem por olhares indiscretos e covardes!

É isso aí.

E tenham um bom dia.

Galliano (Alfredo Galliano)

-- em Jundiaí, preocupado com a ética na vida cotidiana

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Gonçalves Dias





Biografia

(1823 - 1864)

Nascido no Maranhão, filho de pai português e mãe provavelmente cafuza, Gonçalves Dias se orgulhava de ter no sangue as três raças formadoras do povo brasileiro: a branca, a índia e a negra. Após a morte do pai, sua madrasta mandou-o para a Universidade em Coimbra, onde ingressou em 1840. Atravessando graves problemas financeiros, Gonçalves Dias é sustentado por amigos até se graduar bacharel em 1844. Retornando ao Brasil, conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, grande amor de sua vida.
Em 1847, publica os Primeiros Cantos. Esse livro lhe trouxe a fama e a admiração de Alexandre Herculano e do Imperador Dom Pedro II, que, a partir de então, o nomeia para diversos cargos públicos. Em 1851, pede a mão de Ana Amélia em casamento. Recusado pela família da amada, casa-se, no ao seguinte, com Olímpia da Costa. Em 1862, seriamente adoentado, vai se tratar na Europa. Já em estado deplorável, em 1864 embarca no navio Ville de Boulogne para retornar ao Brasil. O navio naufraga na costa maranhense no dia 3 de novembro de 1864. Salvam-se todos a bordo, menos o poeta, que, já moribundo, é esquecido em seu leito.


Soneto

Baixel veloz, que ao úmido elemento
A voz do nauta experto afoito entrega,
Demora o curso teu, perto navega
Da terra onde me fica o pensamento!

Enquanto vais cortando o salso argento,
Desta praia feliz não se desprega
(Meus olhos, não, que amargo pranto os rega)
Minha alma, sim, e o amor que é meu tormento.

Baixel, que vais fugindo despiedado
Sem temor dos contrastes da procela,
Volta ao menos, qual vais tão apressado.

Encontre-a eu gentil, mimosa e bela!
E o pranto que ora verto amargurado,
Possa eu então verter nos lábios dela!


Canção Do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Saciedade dos Poetas Vivos Digital vol. 7


SACIEDADE DOS POETAS VIVOS Nº 7 – ANTOLOGIA DIGITAL DE BLOCOS ONLINE


• ALICE RUIZ – Uma das mais famosas haicaistas brasileiras, escritora, letrista-parceira de Itamar Assumpção, Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, entre outros, e letras gravadas por Cássia Eller, Zélia Duncan, Adriana Calcanhoto e Gal Costa, entre outros, e com diversos livros publicados • CARLOS SEABRA – Nasceu em Lisboa, e mora em São Paulo desde 1969. É editor multimídia, criador de jogos, consultor e desenvolvedor de aplicações de tecnologia em educação e em cultura, diretor do IPSO – Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos, conselheiro da UBE – União Brasileira de Escritores, conselheiro do Instituto Astrogildo Pereira. Além de poesia escreve microcontos • DÉBORA BUENO É mineira, médica, psiquiatra, tendo trabalhado na Universidade Estadual de Campinas por cerca de vinte anos, onde, dentre outras atividades, dedicou-se à implantação de um ambulatório público de psicoterapia psicanalítica, do qual foi supervisora. Atualmente exerce a clínica em seu consultório; a poesia – para Débora – é um ampliar de espaços • JANIA SOUZA – Norte-riograndense, ativista cultural, escritora, artista plástica, diretora de Eventos da SPVA/RN – Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN; integra a APPERJ - Associação Profissional dos Poetas e Escritores do Rio de Janeiro, o Clube de Escritores de Piracicaba/SP; e a UEB/RN - União dos Escritores do Brasil - Seção RN; presidiu a COEDUC – Cooperativa Educacional do RN, integrou o Conselho Municipal de Cultura em 2005 e a Comissão Normativa da Lei Municipal de Incentivo à Cultura Djalma Maranhão nos biênios 2004/05 e 2002/03, tendo sido eleita como suplente para o biênio 2008/09. • JANICE MANSUR – Niteroiense, licenciada em Letras com habilitação em Português e Literaturas de Língua Portuguesa, especialização em Leitura e Produção Textual, pela Universidade Federal Fluminense (UFF), ministra aulas em instituições de ensino público, para o Estado do Rio de Janeiro e o município de Cabo Frio; em 1983, no III Concurso de Poesias do Colégio Maria Thereza (Niterói/RJ), obtém o 1º e 2º lugares, com dois poemas interpretados pelo ator e diretor Cláudio Handrey. A partir de então, obtém mais prêmios literários. Trabalha também como revisora e copidesque, e, além de poemas, escreve contos e roteiros • JOÃO NILO – Paulista, Auditor, formado em Ciências Contábeis pela Universidade Mackenzie. Músico, tendo cursado a Universidade Livre de Música “Tom Jobim”, bem como técnica musical e harmonia com o maestro Roberto Bueno. Tem participado de oficinas voltadas à escrita e à poesia em instituições como o Espaço Cultural Haroldo de Campos – “Casa das Rosas”. Foi aluno de Leila Miccolis no curso on line de carpintaria poética • LENINHA – Carioca, radicada em Brasília desde 1960, é formada em jornalismo e trabalha no Banco Central. No Banco, em duas redes internas de poesia e literatura, chamadas SPM e Cultnet, começou a divulgar os seus poemas e alguns desenhos. Mais tarde, através de busca pela internet, encontrou Blocos Online, que hospeda seu site, feito por Felipe Magalhães, Urhacy Faustino e Leila Míccolis; participa ativamente do portal, no qual integra a Equipe de Apoio (clicar em “Créditos”, na capa de Blocos) • MAURICIO GONÇALVES – Graduado em Letras, Mestre em Teoria da Literatura (Literatura Comparada), e Doutorando, na mesma área, na UFRJ, Curso de Artes Dramáticas na Faculdade da Cidade, diretor e ator teatral (inclusive integrante do Teatro de Arte Popular, nos anos 90), ator também de cinema (O que é isso, companheiro? , Cidade dos Homens, O Auto da Compadecida, etc.) e do núcleo de teledramaturgia da TV Globo • MÔNICA BANDERAS – Carioca, escritora, digitadora, revisora, artista plástica, escultora, webdesigner, capista ("Escancara! " e "Literatura Século XXI", vol. 1 são de sua autoria), ilustradora, organizadora de antologias para a Editora Blocos – prosa e poesia –, participando também de diversas publicações da Editora. Livros solos: "Papiloscopia – Digitais de borboleta" e, posteriormente, "It" esgotados. É também produtora de eventos • SANDRA FONSECA – Mineira, de Montes Claros, reside em Belo Horizonte desde 1981. Escreve poemas desde a adolescência, quando também iniciou sua participação em concursos de poesia e festivais da canção. Formada em Psicologia pela Universidade FUMEC, especialista em Hipnose Eriksoriana, trabalha atualmente como psicoterapeuta e Psicóloga Social do Centro de Referência Especializado em Assistência Social da cidade de Nova Lima. Participa de alguns sites de literatura da Internet, e participou da antologia poética da editora RB, "Antologia Escritores Brasileiros e Autores em Língua Brasileira” • SANDRA SOUZA – Natural de São Paulo. É graduada em Letras e Comunicação Social, Mestre e Doutora em administração de empresas. Foi professora de português em escolas públicas de ensino médio e fundamental e na Universidade em disciplinas de comunicação social. Atualmente coordena projetos de consultoria e treinamento para o setor público. Formou docentes para a gestão pública em Cabo Verde, Moçambique, e São Tomé e Príncipe, países que integram a comunidade de Países Africanos de Expressão Portuguesa – PALOP's, com financiamento da Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional – ASDI • SIDNEI OLIVIO – Nasceu em São José do Rio Preto/SP. Biólogo,exerce a função de Auxiliar Acadêmico do Departamento de Zoologia e Botânica do IBILCE-UNESP, desde 1985. Tem dois livros de poesias editados em co-autoria (“Zoopoesias”, 1999, Ed. Rio-pretense e “Poesia Animal”, 2003, Ed. Sterna) e um livro de contos editado em co-autoria (Mutações, 2002, Ed. Scortecci). Participa de mais quinze coletâneas, entre elas, Leituras de Brasil, 2001, Ed. da UNESP e Petali d'Infinito, Accademia Internazionale Il Convivio, Itália, 2002. Tem publicações em vários sites de literatura e em três e-books de poesia infantil e poesia minimalista • SONINHA PORTO – Sônia Maria Ferraresi, pseudônimo Soninha Porto, de Cruz Alta, interior do RS, vive em Porto Alegre. É Relações Públicas e promove eventos culturais. Está em oito antologias e fez, neste ano de 2008, parceria com o Proyecto Cultural Sur, coordenando a primeira Antologia "Poemas à Flor da Pele". Administra a Comunidade virtual do Orkut, de mesmo nome, onde realiza festivais literários, concursos e divulga autores novos e consagrados no espaço ou em E-books virtuais • THATY MARCONDES – Natural do interior de São Paulo e radicada em Ponta Grossa desde 2001, onde atuou como Conselheira Municipal de Literatura (biênio 2005/2006), época em que idealizou o projeto POESIA DE PONTA (Semana de Poesia dos Campos Gerais) realizada em março de 2007 e 2008. Autodidata, em 2005 participou da 13ª Oficina Literária on-line do SESC/SP, ministrada pelo premiado escritor João Silvério Trevisan, e em 2006 da Oficina de Poesias ministrada pelo poeta Carlito Azevedo, escolhida através de seleção para ambas. Colunista fixa do site BLOCOS ONLINE e da revista virtual FOLHA DA SERRA; integrante do grupo ANJOS DE PRATA. Em 2008 recebeu o troféu Destaque "Cárola Callegaris Boá" (Ponta Grossa/PR) na categoria Literatura • ULISSES TAVARES – Jornalista em jornais, revistas, TV e Web, publicitário (especializado em marketing), co-terapeuta corporal, compositor-letrista , dramaturgo, roteirista, produtor cultural, escritor de literatura infanto-juvenil, poeta performático, com mais de 8 milhões de livros de poesia vendidos, comemorando em 2008 suas bodas de ouro poéticas. É também editor, promotor cultural • VERA CASA NOVA – Nasceu no Rio de Janeiro e mora em Belo Horizonte desde 1978. É professora da Faculdade de Letras da UFMG. Ensaísta e pesquisadora de poéticas contemporâneas (CNPQ). Diversos livros publicados, e também ensaios em revistas nacionais e internacionais, além da organização dos livro. Atualmente tem programa na Rádio UFMG Educativa, chamado UM TOQUE DE POESIA, que vai ao ar todos os dias pela manhã e à noite • XENÏA ANTUNES – Nasceu no Rio de Janeiro e reside em Brasília desde o início dos anos sessenta. Escreve poemas, contos, crônicas e artigos, tem dois livros de poesia publicados. É artista plástica, com pinturas acrílicas sobre telas e nanquim, aquarelas e outras técnicas sobre papel. Em multimídia, trabalha com imagens e webdesign. E diz-se fotógrafa compulsiva.

Para ler a obra, acesse Blocos Online.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Amor Rarefeito




Se pensas que meu coração não cansa
das inverdades ditas como em fitas
de velhos filmes, quando a dor em lança,
sufoca o peito por tantas desditas.

Se pensas que me calas com voz mansa
e que me alentas com raras visitas,
esquece tudo e pesa na balança
as minhas mãos, vazias, sós, aflitas.

Espero assim que entendas que é finito
o amor que, rarefeito, não me basta;
é como o ar, preciso dele todo!

Caso contrário, serei ser extinto
por ter da vida tudo o que me afasta
e que não quero. Nego-me ao engodo!


© Márcia Sanchez Luz

sábado, 6 de setembro de 2008

Falta de luz faz noivos se casarem com mulheres erradas na Índia



Nova Délhi, 5 set (EFE) - Uma falta de luz em plena cerimônia de casamento em um templo hindu do sul da Índia, na região de Tamil Nadu, levou dois noivos a se casarem com as mulheres erradas, informou hoje a agência indiana "PTI".

O incidente ocorreu na quinta-feira à noite no templo Sri Subramaniaswami da localidade de Periyakulam, quando era celebrado um casamento "em massa" - como é comum no sul da Índia -, no qual participavam cerca de 40 casais.

Justamente na hora de os noivos colocarem simultaneamente os "mangalsutras" (colares sagrados) no pescoço das noivas, um gesto que marca o fim da cerimônia matrimonial hindu, faltou luz no templo, que estava lotado.

Em meio à confusão e à escuridão, Veerachamy, em vez de colocar o colar em Subbulakshmi, sua noiva, o colocou na mulher ao lado dessa e o mesmo aconteceu com Balamurugan, para consternação de sua prometida, Sivakami.

O erro foi descoberto em seguida e levou os responsáveis do templo a improvisar uma "parikara puja", uma espécie de reza "corretora", que permitiu retirar os dois "mangalsutras" para colocá-los nos pescoços das noivas certas.

Os responsáveis do templo se desculparam, explicando que o local estava lotado, já que os 40 casais tinham chamado parentes e amigos para a cerimônia de casamento.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Dor emocional dura mais que dor física


Dores emocionais, como a da separação, são mais duradouras

Experiências emocionalmente dolorosas sobrevivem mais tempo na memória que a dor física, afirmaram psicólogos americanos.
O estudo da Universidade Purdue, em Indiana, foi feito com base em respostas de voluntários, todos universitários, sobre os eventos dolorosos que eles tinham vivenciado nos últimos cinco anos.
Primeiro, eles foram estimulados a recordar dores físicas e emocionais que haviam vivenciado. Depois, foram submetidos a um difícil teste mental, partindo do princípio de que quanto mais dolorosa a lembrança da experiência, pior o desempenho nos testes.
O resultado sugeriu que as lembranças de dores emocionais eram muito mais vívidas que as outras. Nos testes, as pessoas que recordaram de dores físicas se saíram melhor.

Leia a reportagem completa no site da BBC Brasil

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Mona Dorf entrevista Márcia Sanchez Luz


Deixo aqui um convite muito especial para mim. No próximo dia 29 de agosto, sexta-feira, será transmitida a entrevista que concedi à Mona Dorf, do Jornal O Estado de São Paulo. A entrevista irá ao ar entre 11h30 e meio dia pela Rádio Eldorado AM 700 kHz. Entretanto, acredito que só a cidade de São Paulo consiga sintonizar nesta rádio. De qualquer modo, a mesma ficará armazenada no portal do Estadão nos links de podcast:

O Estado de São Paulo

Território Eldorado


E também poderá ser ouvida em:

Letras & Leituras

Neste caso, basta clicar em meu nome e, então, em "ouvir a entrevista".

domingo, 24 de agosto de 2008

Poema Inédito de Delasnieve Daspet



Profissão de Fé!

Delasnieve Daspet


Deixo-me seduzir.
Disponho-me a servi-lo
Com minha força e capacidade.

Renuncio a mim mesma;
Sigo-te fiel e intrépida,
Rompendo as seguranças,
Abandonando projetos,
Para testemunhar o que me for solicitado...

Exponho-me as injúrias.
Calo minhas angústias
Por não alcançar objetivos traçados!

E demonstro minha fragilidade
Nas dores que exaurem meu arcabouço,
Pálida e exangue figura!...

Não! Não contarei os fatos,
Presentes, no traçado de meus atos.

Contarei o que me anima.
Toda minha força, na profundidade da minha fé,
Firme, na denúncia de injustiças
Que corroem valores e ceifam vidas...

Quero viver a partilha solidária
Da palavra, do pão, da fé,
Nos exemplos que semeias e transmites,
Que na paixão pela vida
Realizas dia a dia!

Campo Grande-MS-24.08.08


(poema publicado com a autorização da autora)


sábado, 9 de agosto de 2008

Autobiografia



Se é pra dizer quem sou
Vou logo anunciando:
Não tem ser que me domine
Nem presentes que me atraiam!

Se acaso alguém desejar
Minha vida legislar
Viro bicho num segundo
Nem sei de onde oriundo!

Não ouse tentar trocar
O que sou pelo que você tem...

Mas se quiser me agradar
Uma dica vou lhe dar:

Se for pra me presentear
Não me peça pra escolher
O que desejo ganhar...

Quem me conhece bem sabe
Que adoro ser manhosa
E que fico toda prosa
Com um carinho, desabo!

Se um mimo quiser me dar
Aceito de bom grado
Se este for abnegado.

Mas não tente me deter
Pois minha vida vou seguir
Você querendo ou não
Do jeito que eu bem quiser.


© Márcia Sanchez Luz


quarta-feira, 23 de julho de 2008

Texto de Airo Zamoner

Ao pé do Anhangava

© Airo Zamoner




Quando cheguei por estas plagas, ele já estava aqui. Achei, desde o primeiro dia, que era metido a besta! Pudera! Talvez por méritos próprios – tenho que admitir – destacava-se de tudo e de todos. Apesar dele, fixei morada, cansado, lá de onde vim, da fumaça compulsória. Não suportei mais o escândalo sonoro e escancarado de todos os dias a envenenar minha janela fosca de resíduos aéreos, melentos, sujos.

Aqui, entre margaridas, canarinhos, bem-te-vis, pica-paus, corujas, preás, esquilos, lebres que batem em minha janela lucidamente transparente, me deparo, vez ou outra, com este senhor imponente que insiste despudorado em se exibir a todo instante.

Tentei uma conversa dia destes. Inútil. O danado nem me respondeu. Estava enfeitado com um véu branco, tal qual noiva ansiosa. Até desconfiei da masculinidade do dito cujo. Os mais velhos daqui me garantiram que não era nada disso. Era só mais uma crise de excentricidade, própria dos famosos. E fama não lhe falta!

Não tenho nada contra famosos. Tenho sim, é contra a soberba, a prepotência, a hipocrisia. Era disto que eu pretendia falar. Queria dar um “chega-pra-lá” nesse arrogante. Quem sabe eu pudesse descobrir alguma coisa sobre seus mistérios. E ele tem mistérios! Mas afinal, qual o famoso ou famosa que não os tem? É por isto que as fofocas se propagam tanto por ouvidos e olhos afora. É a volúpia em descobri-los. Talvez seja por isto que dele não se consegue tirar muita coisa.

Manhã dessas aconteceu o que eu tanto esperava. Levantei cedo. Mais cedo que o usual. Gosto deste ar virgem, permeando meu recanto nesses instantes adivinados, já que homens e mulheres dormem incautos, realimentando esperanças de alcova. No entanto, era realmente muito cedo. A penumbra ainda se divertia, zanzando como criança, enquanto a noite meio nervosa, já sumindo no horizonte, a chamava aos berros. Criança é assim mesmo quando brinca! Não adianta gritar.

Espreguicei-me, pés descalços na grama fria e dei de cara com ele. Que petulância! O que estaria fazendo ali o intrometido? Antes de mostrar desagrado, aproveitei a ocasião para falar com aquele impertinente. Depois de um cumprimento titubeante, ele me surpreende com resposta amável, segura, quase simpática. Talvez o comportamento cortês tivesse a ver com aquele véu, hoje ausente.

Confesso que não esperava tanta educação de alguém com fama de empáfia, de imodéstia, de presunção. Respondi meio desconfiado e aproveitei a deixa, dizendo que há muito esperava a oportunidade para falar com ele.

Sorriu um sorriso de bondade inusitada, de amabilidade fresca. A coisa se amansou e o papo foi longe. A cada palavra, mais agradável e cheio de cortesias ele se tornava.

Quando a gente fala com alguém por um longo tempo, consegue interpretar gestos pequenos, olhares acanhados, sorrisos e tristezas embutidos no emaranhado de expressões escuras. Percebi algum incômodo saracoteando em sua alma. Com jeitinho, com sutileza, acabei tocando naqueles incômodos. Aí ele se abriu! Confessou-me tanta coisa! Falou-me de suas mágoas pela indiferença de muitos, pelas ofensas que recebe, pelas agressões gratuitas que colocam em risco sua saúde, sua vida.

Nunca imaginei que ele, famoso como ninguém, pudesse estar sentindo essas coisas, tão auto-suficiente aparentava ser. Quanta gente tem a cara de um jeito, mas a alma é de outro! Mudei de idéia naquela manhã. É assim mesmo!

Entrei em casa que o aroma do café já se espalhava. Não sei porque, mas não queria ser flagrado neste colóquio. Despedi-me com pressa, prometendo voltar e conversar mais vezes.

Agora, todas as manhãs, dou bom dia ao Anhangava, esse morro que sofre silencioso, mas se expõe majestoso, exibindo-se para todos os cantos desta Quatro Barras dos meus amores.


Contatos com o autor:
airo@protexto.com.br

(texto publicado com a autorização do autor)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ética versus Estética



Se tu te declarares um esteta,
provoco-te com meu delineador,
delineando as curvas mais diletas
de teu abecedário apicultor.

Se por ventura fujo da dieta,
não abro mão de meu compilador;
converto teus enganos em facetas
piores do que o mais devastador.

Proponho que façamos um contrato:
mostra em teu corpo a face mais bonita
que escondes na carcaça que te habita.

E para sermos justos neste trato,
faço de mim a lícita guarita
de teus temores, tua fé finita.

© Márcia Sanchez Luz

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Lulu Santos - Certas Coisas (Acústico MTV)

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...


sexta-feira, 27 de junho de 2008

domingo, 22 de junho de 2008

Soneto a Machado de Assis




Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
Em teu perfume trazes a magia
da paz ausente em dias de ternura.
Dá-me o caminho de tua calmaria!

Preciso achar-te, flor que tudo cura!
A chaga aberta dói em demasia
e sofro inquieta a minha desventura,
sem encontrar no íntimo alegria.

Estar perdida aqui só me afiança
que a vida assim não vai aliviar
a dor que queima em mim feito fornalha.

Mas inda resta um pouco de esperança
de um dia enfim a Flor, do céu, brotar:
Perde-se a vida, ganha-se a batalha.


© Márcia Sanchez Luz


Observação da autora: Os versos de número 1 e 14 são de Machado de Assis. Para entender a razão deste soneto, leia abaixo:

Dom Casmurro (Um soneto) por Machado de Assis Capítulo LVI

Dita a palavra, apertou-me as mãos com as forças todas de um vasto agradecimento, despediu-se e saiu. Fiquei só com o Panegírico, e o que as folhas dele me lembraram foi tal que merece um Capítulo ou mais. Antes, porém, e porque também eu tive o meu Panegírico, contarei a história de um soneto que nunca fiz: era no tempo do seminário, e o primeiro verso é o que ides ler:

Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!

Como e por que me saiu este verso da cabeça, não sei; saiu assim, estando eu na cama como uma exclamação solta, e, ao notar que tinha a medida de verso, pensei em compor com ele alguma cousa, um soneto. A insônia, musa de olhos arregalados, não me deixou dormir uma longa hora ou duas; as cócegas pediam-me unhas, e coçava-me com alma. Não escolhi logo, logo, o soneto; a princípio cuidei de outra forma, e tanto de rima como de verso solto. Afinal ative-me ao soneto. Era um poema breve e prestadio. Qual à idéia, o primeiro verso não era ainda uma idéia, era uma exclamação; a idéia viria depois. Assim na cama, envolvido no lençol. tratei de poetar. Tinha o alvoroço da mãe que sente o filho, e o primeiro filho. Ia ser poeta, ia competir com aquele monge da Bahia pouco antes revelado, e então na moda; eu, seminarista, diria em verso as minhas tristezas, como ele dissera as suas no claustro. Decorei bem o verso, e repetia-o em voz baixa, aos lençóis; francamente achava-o bonito, e ainda agora não me parece mau:

Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!

Quem era a flor? Capitu, naturalmente; mas podia ser a virtude, a poesia, a religião, qualquer outro conceito a que coubesse a metáfora da flor, e flor do céu. Aguardei o resto, recitando sempre verso, e deitado ora sobre o lado direito, ora sobre o esquerdo; afinal deixei-me estar de costas, com os olhos no tecto, mas nem assim. vinha mais nada. Então adverti que os sonetos mais gabados eram os que concluíam com chave de ouro, isto é, um desses versos capitas no sentido e na forma. Pensei em forjar uma de tais chaves, considerando que o verso final, saindo cronologicamente dos treze anteriores, com dificuldade traria a perfeição louvada; imaginei que tais chaves eram fundidas antes da fechadura. Assim foi que me deter minei a compor o último verso do soneto, e, depois de muito suar, saiu este:

Perde-se a vida, ganha-se a batalha!

Sem vaidade, e falando como se fosse de outro, era um verso magnífico. Sonoro, não há dúvida. E tinha um pensamento, a vitória ganha à custa da própria vida, pensamento alevantado e nobre. Que não fosse novidade, é possível, mas também não era vulgar; e ainda agora não explico por que via misteriosa entrou numa cabeça de tão poucos anos. Naquela ocasião achei-o sublime. Recitei uma e muitas vêzes a chave de ouro, depois repeti os dous versos seguidamente, e dispus-me a ligá-los pelos doze centrais. A idéia agora, à vista do último verso, pareceu-me melhor não ser Capitu; seria a justiça. Era mais próprio dizer que, na pugna pela justiça, perder-se-ia acaso a vida, mas a batalha ficava ganha. Também me ocorreu aceitar a batalha, no sentido natural, e fazer dela a luta pela pátria, por exemplo; nesse caso a flor do céu seria a liberdade. Esta acepção porém, sendo o poeta um seminarista, podia não caber tanto como a primeira, e gastei alguns minutos em escolher uma ou outra. Achei melhor a justiça, mas afinal aceitei definitivamente uma idéia nova a caridade, e recitei os dous versos, cada um a seu modo, um languidamente:

Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!

e o outro com grande brio:

Perde-se a vida, ganha-se a batalha!

A sensação que tive é que ia sair um soneto perfeito. Começar bem e acabar bem não era pouco. Para me dar um banho de inspiração, evoquei alguns sonetos célebres, e notei que os mais deles eram facílimos; os versos saíam uns dos outros, com a idéia em si, tão naturalmente, que se não acabava de crer se ela é que os fizera, se eles é que a suscitavam. Então tornava ao meu soneto, e novamente repetia o primeiro verso e esperava o segundo; o segundo não vinha, nem terceiro, nem quarto; não vinha nenhum. Tive alguns ímpetos de raiva, e mais de uma vez pensei em sair da cama e ir ver tinta e papel; pode ser que, escrevendo, os versos acudissem, mas...
Cansado de esperar, lembrou-me alterar o sentido do último verso, com a simples transposição de duas palavras, assim:

Ganha-se a vida, perde-se a batalha!

O sentido vinha a ser justamente o contrário; mas talvez isso mesmo trouxesse a inspiração. Neste caso, era uma ironia: não exercendo a caridade, pode-se ganhar a vida, mas perde-se a batalha do céu. Criei forças novas e esperei. Não tinha janela; se tivesse, é possível que fosse pedir uma idéia à noite. E quem sabe se os vagalumes luzindo cá embaixo, não seriam para mim como rimas das estrelas, e esta viva metáfora não me daria os versos esquivos, com os seus consoantes e sentidos próprios?
Trabalhei em vão, busquei, catei, esperei, não vieram os versos. Pelo tempo adiante escrevi algumas páginas em prosa, e agora estou compondo esta narração, não achando maior dificuldade que escrever, bem ou mal. Pois, senhores, nada me consola daquele soneto que não fiz. Mas, como eu creio que os sonetos existem feitos, como as odes e os dramas, e as demais obras de arte, por uma razão de ordem metafísica, dou esses dous versos ao primeiro desocupado que os quiser. Ao domingo, ou se estiver chovendo, ou na roça, em qualquer ocasião de lazer, pode tentar ver se o soneto sai. Tudo é dar-lhe uma idéia e encher o centro que falta.

Fonte: http://pt.wikisource.org/wiki/Dom_Casmurro/LV

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Menção Honrosa em Concurso da UBT





Concurso União Brasileira de Trovadores – UBT / Tremembé - SP

Tema: Fortaleza

Grupo 2 Nacional


Se no destino há tristeza,
de encontro às pedras, eu sigo,
construindo a fortaleza
que me servirá de abrigo.

© Márcia Sanchez Luz

(Menção Honrosa)



COMISSÃO JULGADORA DO GRUPO. 2 NACIONAL E INTERNACIONAL1.

Ademar Macedo – RN -
poetaademar@yahoo.com.br

2. José Valdez – SP -
josevaldezcastromoura@yahoo.com.br

3. Maurício Cavalheiro – SP -
mc_cavalheiro@yahoo.com.br

4. Miguel Russowsky - SC -
miguelrussowsky@hospitalsaomiguel.com.br

5. Vicente Liles de Araújo Pereira – SP -
vliles1303@itelefonica.com.br


Esta e as demais trovas e seus respectivos autores constarão do 1º Livro de Trovas desta 1ª Etapa do Projeto de Trovas Para Uma Vida Melhor, a ser editado em dezembro deste ano de 2008
. As demais trovas serão deletadas, CONFORME REGULAMENTO DO CONCURSO.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Movimento Poetas del Mundo - www.poetasdelmundo.com

Soneto de J.J. Oliveira Gonçalves


Sensual Miragem...

© J.J. Oliveira Gonçalves


www.celitomedeiros.com.br

Procuro minha Amada de Outras Eras
Aquela dos cabelos noite-escura!
De ventre sensual... Fruta madura
Metáfora de ardentes Primaveras!

Procuro a Flor mais bela e delicada
Macia qual nenúfar - e trigueira!
Que em Êxtase gemia... E feiticeira
Desabrochava nua e almiscarada!

Me fiz este beduíno do deserto
A Alma em Solidão... O peito aberto
Buscando meu Oásis... meu Crescente!

E quando o ruivo Sol dá vez à Lua
Na tenda eu te vislumbro: Bela e nua...
Miragem (do deserto) tão somente!

(Soneto enviado por e-mail pelo autor)

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Festa de Blocos Online, em São Paulo



Dia 28 de junho, das 15 às 17 horas, na Casa das Rosas (Av. Paulista, 37)





Vamos comemorar o 12º aniversário de Blocos Online, juntamente com o lançamento do livro de poesias de Bilá Bernardes, Fotografia de Descasamento. A organização do evento é da escritora e "promoter" Dora Dimolitsas.


Concurso Cultural


Concurso cultural PAGE NOT FOUND!!!

Objetivo

Os participantes deverão completar a história iniciada abaixo tendo em conta o estilo do blog PAGE NOT FOUND.

"Acordei no meio da noite agitado (a) por causa de um pesadelo. Levantei-me da cama e fui até a janela, quando vi..."

- A conclusão da história deverá ser enviada até 12h de 12 de junho para

fernando.moreira@oglobo.com.br

Para mais informações, acesse o Page Not Found.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Carinhos Especiais





Apaixonada
© Glorinha Gaivota


Tem momentos
Que uma paixão intensa
Toma conta do meu peito
Eu me sinto incandescente
Iluminada
Totalmente apaixonada
Pelo momento vivido

Agora
Eu estou assim
Encantada
Totalmente irradiada
Por uma poesia que eu li

Ela entrou no meu peito
Percorreu minhas veias
Tocou minha mente
E se instalou sorrateira
Em minha alma

Eu estou encantada
Realmente
Eu só posso me erguer a ti
Num gesto de aclamação

Palmas
Por tão bela escrita
Obrigado por esse momento apaixonante
Que me sorveste
Desse gozo da vida

Obrigada Poetisa
Márcia Sanchez Luz

Sua poesia
É luz

Glórinha Anchieta – GG
Noite de outono
05/06/2008


Obrigada, Glorinha, pela formatação de meu soneto "Desvario", assim como por sua homenagem a mim em forma de poema.

sábado, 31 de maio de 2008

Soneto de Luís Vaz de Camões


Amor é fogo que arde sem se ver

© Luís Vaz de Camões


Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Leitura Recomendada - 1968: o ano em que foi proibido proibir

Revista do Correio das Artes 49


1968: o ano em que
foi proibido proibir


Greve de estudantes na França, passeata dos cem mil e ditadura no Brasil, festival de woodstock, movimento hippie, roda viva, glauber rocha, josé martinez correa, tropicália, primavera de praga, guerra do vietnã, pop arte, 2001 uma odisséia no espaço, jovem guarda... tudo ao mesmo tempo agora. 1968 foi um ano emblemático na história do mundo. Parece que tudo aconteceu naquele ano.
40 anos depois, o Correio das Artes conta a história de 1968 numa edição especial de 60 páginas, com textos e depoimentos nas mais diversas áreas política e cultural.
Para contar a história daquele emblemático ano, o Correio das Artes convidou um time de peso: Amador Ribeiro Neto, Rinaldo de Fernandes, Affonso Romano de Sant´Anna, Moacyr Scliar, Bráulio Tavares, João Batista de Brito, Sérgio de Castro Pinto, Marcos Tavares, Fernando Teixeira, José Octávio de Arruda Melo, Almandrade, Leila Miccolis, Rodrigo de Souza Leão, Ronaldo Costa Fernandes, Astier Basílio, W.J. Solha, Homero Fonseca, Jussara Salazar e muitos outros.

Confira a matéria na íntegra no Blog do Correio das Artes


O Correio das Artes é o suplemento literário mais antigo em circulação no Brasil. Circula encartado, mensalmente, aos finais de semana no Jornal A União, em João Pessoa, Paraíba, em formato revista. Fundado por Édson Régis em 27 de março de 1949, é editado por Linaldo Guedes, reportagens de Calina Bispo e Patrícia Braz, tem como colunistas João Batista de Brito, Amador Ribeiro Neto, Hildeberto Barbosa Filho, Astier Basílio e Rinaldo de Fernandes, editoria de Artes de Cícero Félix, diagramação de Roberto Amorim e está aberto a colaborações de qualquer parte do país.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Nota de Falecimento enviada por Nestor Kirjner


From: Nestor Kirjner

Caros Amigos e Amigas, Amantes da Cultura,

Iniciamos o dia de hoje com triste nota sobre o falecimento, na cidade de Goiânia, da poetisa Maria de Lourdes Reis, Presidente Perpétua da Casa do Poeta Brasileiro, Seção Brasília. Fundadora dessa Instituição, Maria de Lourdes Reis foi sua Presidente por cerca de duas décadas, identificando- se definitivamente com a Poesia de Brasília, e prolongou sua longa agonia de modo a não interferir na festa comemorativa aos 30 anos da Casa, comemorada com brilho e sensibilidade no último sábado, dia 24 de maio.

Na oportunidade, vale relembrar aos colegas da Poesia Musicada que devemos a Maria de Lourdes Reis a iniciativa de, pela primeira vez em Brasília, numa academia dedicada exclusivamente à Literatura, ter sido convidado um poeta musical para fazer parte da Diretoria de um sodalício literário. Se a Poesia Tradicional, editada, perde um de seus nomes mais expressivos e reconhecidos, nós, adeptos da Poesia Musical, perdemos uma espécie de madrinha. Maria de Lourdes foi nossa preceptora, a dirigente que abriu as portas da Poesia brasiliense à nossa participação formal e, como tal, deve e deverá ser sempre reverenciada pelos cultores desse tipo de expressão artística.

Também por isso, mas principalmente pela história e o talento poético singulares daquela que nos deixou, serei grato aos amigos que queiram colaborar na divulgação, dentre os colegas da Poesia, dessa dolorosa notícia.

Atenciosamente,

Nestor Kirjner
Diretor da Seção Brasília da "Casa do Poeta Brasileiro"
Cônsul dos "Poetas del Mundo" no Lago Sul

domingo, 25 de maio de 2008

Delasnieve Daspet é condecorada na França



Advogada de MS é condecorada na França pela Academie Arts Sciences Lettres
23/05/08 13:47
Por: Marco Eusébio, da assessoria da OAB-MS

Foto:Divulgação

Delasnieve Daspet na sede da Embaixada Brasileira em Paris

Campo Grande (MS) – A advogada Delasnieve Miranda Daspet de Souza, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB-MS, que também é poetisa, escritora e embaixadora de Poetas Del Mundo, foi uma das personalidades brasileiras e portuguesas condecoradas nesta semana em Paris (França) pela Academie Arts Sciences Lettres coroada pela Academie Francesa, sob o alto patronato do presidente da França Nicolas Sarkozy, por relevantes serviços prestados as artes e a cultura.

Conforme relato da jornalista Diva Pavesi que testemunhou o evento, a cerimônia na capital francesa foi aberta pela Orquestra do Corpo de Bombeiros de Yvelines que executou o Hino Nacional Brasileiro, o Hino do Marrocos e da França. O presidente da Academie Arts Sciences Lettres, Jocelyn Pinoteau, enfatizou a honra de estar à frente dessa instituição que defende e encoraja todos aqueles que promovem as artes, ciências, letras e cultura em geral.

Além da advogada de Campo Grande, outros brasileiros homenageados foram: o prefeito de Campinas (SP), Helio Oliveira Santos; o autor de histórias em quadrinhos Mauricio de Souza, com a Medalha de Vermeil, representado pelo presidente da Editora Dargot que está lançando no mercado francês o livro de historias em quadrinho de Ronaldinho Gaucho; a compositora erudita Rita Amaral, o artista plástico da Bahia, Terciliano Júnior, o artista plástico de Porto Alegre Alci Bubols, a artista plástica de Goiás, Adriane Campos, o ator Antonio Interlandi, que já recebeu o premio Moliére na França, e Gustavo Siqueira, presidente do Prêmio Gigantes.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Trilogia




Sabor ao vento de uma calmaria.
Transpiro afagos, doces fantasias!
Verdade incerta, porém que me alenta.

Serenidade!

Tristeza insana que nunca se acalma
nas noites frias de canções vazias.
Corações secos – onde está a alma?

Insanidade!

Calor profundo que me assola o ventre!
O amor surgiu, leve e passageiro,
trazendo a febre de um furor festeiro.

Corporeidade!


© Márcia Sanchez Luz

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Crônica de Rosa Pena


Isto é virtual?

© Rosa Pena

Entro apressada e com muita fome na confeitaria. Escolho uma mesa bem afastada do movimento, pois quero aproveitar a folga para comer e passar um e-mail urgente para meu editor. Peço uma porção de fritas, um sanduíche de rosbife e um suco de laranja.Abro o laptop. Levo um susto com aquela voz baixinha atrás de mim.

— Tia, dá um trocado?

— Não tenho, menino.

— Só uma moedinha para comprar um pão.

— Está bem, compro um para você.

Minha caixa de entrada está lotada de e-mails. Fico distraída vendo as poesias, as formatações lindas. Ah! Essa música me leva a Londres.

— Tia, pede para colocar margarina e queijo também.

Percebo que o menino tinha ficado ali.

— Ok, vou pedir, mas depois me deixa trabalhar. Estou ocupadíssima.

Chega minha refeição e junto com ela meu constrangimento.
Faço o pedido do guri, e o garçom me pergunta se quero que mande o garoto “ir à luta”. Meus resquícios de consciência me impedem de dizer sim.
Digo que está tudo bem, que o deixe ficar e traga o pedido do menino.

— Tia, você tem internet?

— Tenho sim, essencial ao mundo de hoje.

— O que é internet?

— É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar. Tem de tudo no mundo virtual.

— E o que é virtual?

Resolvo dar uma explicação simplificada, na certeza de que ele pouco vai entender e vai me liberar para comer minha deliciosa refeição, sem culpas.

— Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer, criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que ele fosse.

— Legal isso. Adoro!

— Menino, você entendeu o que é virtual?

— Sim, também vivo neste mundo virtual.

— Nossa! Você tem computador?

— Não, mas meu mundo também é desse jeito...virtual. Minha mãe trabalha, fica o dia todo fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu fico cuidando do meu irmão pequeno que chora de fome e eu dou água para ele imaginar que é sopa. Minha irmã mais velha sai todo dia, diz que vai vender o corpo, mas não entendo pois ela sempre volta com o corpo. Meu pai está na cadeia há muito tempo, mas sempre imagino nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos, ceia de Natal, e eu indo ao colégio para virar médico um dia.
Isso é virtual, não é tia?


OBS da autora: Esta crônica consta de meu livro preTextos, editora all print. Registrada na biblioteca nacional desde junho de 2003, circula na net com autoria desconhecida.Deixei a data em que foi publicada esta crônica no site Recanto e a obs que eu já tinha posto. Ela está em 34 sites desde março de 2004, em 2 livros impressos no papel. Também foi publicada em revistas e consta de meu e-book Eu & a Net.Possui 32 versões em pps. Em 6 vem com minha autoria. Nas demais foi retirada.Utopia minha, mas sempre sonharei com um mundo mais justo, onde filhos possuam pais e prosas & poesias... Autorias.
Obrigada a quem divulgar minha autoria.

Rosa Pena

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Arthur da Távola, uma estrela no céu...


Amor Maduro


© Arthur da Távola
(3 de janeiro de 1936 – 9 de maio de 2008)


O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas quase silencioso. Não é menor em extensão. É mais definido, colorido e poetizado.
Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento. Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.
O amor maduro somente aceita viver os problemas da felicidade. Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer.
Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.
O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão. Basta-se com o todo do pouco. Não precisa nem quer nada do muito.
Está relacionado com a vida e a sua incompletude, por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso. É feito de compreensão, música e mistério. É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança.
O amor maduro não disputa, não cobra, pouco pergunta, menos quer saber.
Teme, sim. Porém, não faz do temor, argumento. Basta-se com a própria existência. Alimenta-se do instante presente valorizado e importante porque redentor de todos os equívocos do passado. O amor maduro é a regeneração de cada erro. Ele é filho da capacidade de crer e continuar, é o sentimento que se manteve mais forte depois de todas as ameaças, guerras ou inundações existenciais com epidemias de ciúme.
O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa. Ele vive do que não morreu mesmo tendo ficado para depois.
Vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados cheios de sementes.
Ele não pede, tem. Não reivindica, consegue. Não persegue, recebe.
Não exige, dá. Não pergunta, adivinha.
Existe, para fazer feliz.
Só teme o que cansa, machuca ou desgasta.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Soneto de João Justiniano da Fonseca à Márcia Sanchez Luz


ESPERAR

© João Justiniano da Fonseca

6-05-08 17:25 h

Para a sensibilidade poética Márcia Luz.

"Espero a noite que me acorde os sonhos",
espero o vento que me leve o barco;
já não espero o tempo, conto apenas
chegar ao porto onde fincar o marco...

"Espero a noite que me acorde os sonhos",
já não espero a luz do amanhecer...
As ilusões se foram para norte
só torna sul na hora em que morrer...

"Espero a noite que me acorde os sonhos",
como um retorno ao tempo de onde vim.
De certo, a noite vem fechar-me os olhos...

"Espero a noite que me acorde os sonhos",
neste final de tempo que é limite.
Ninguém tem recomeço, mas tem fim...


Olha Márcia, amiga.
Pus a alma nessa coisinha simples.
"Espero a noite que me acorde os sonhos",
Márcia Sanchez Luz
em "Inalienável Veto".

Muita paz e muita luz
João


Obrigada, João, por este seu carinho, que tanto me faz feliz.




Convite - Mostra de Fotografias Analógicas