domingo, 7 de março de 2010

Celebrando o Dia Internacional da Mulher


Inalienável Veto



Mero traço que no peito abraça,
abarca em brisas soltas teu sorriso,
mas em vão sequer protege meu achado
das rudes ventanias que destronam a paz!

Quero a semente que te aleita a vida!
Em forma de sustento, o alento é puro.
Se na semeadura teu lago é mais fundo,
que então teus grãos possam nutrir meus dias.

Secreto a ti meus mais parvos idílios!
Caprichos tolos, porém verdadeiros.
E na pujança de meus devaneios
espero a noite que me acorde os sonhos.

Estreitas brumas impelem-me a alma
a transgredir preceitos tão abjetos!
Pois que de tola já me basta a crença
de ser em mim inalienável veto.


© Márcia Sanchez Luz


19 comentários:

  1. Súplica e compreensão. Márcia lida com a emoção e a razão sem deslizes.
    Um pouco surpreso por não se tratar de soneto. E daí? A pena é da poetisa!

    Beijos
    Jorge

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  2. Esse me derrubou, tal qual a complexidade das mulheres: adoramos contemplar a sua beleza, mas jamais seremos capazes de entender a sua intrincada essência.

    Abraços,

    Paulo

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  3. Linda poesia Márcia nessa homenagem a vocês mulheres que merecem sempre.

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  4. Quero a semente que te aleita a vida![...]
    Secreto a ti meus mais parvos idílios![...]
    E espero a noite que me acorde os sonhos.[...]
    Pois que de tola já me basta a crença
    de ser em mim inalienável veto
    ...

    Têm, nas "estreitas brumas", luz própria tanto o verso, quanto Márcia: não são enquadráveis em fôrmas, fórmulas ou formas... - decorrência da atitude altiva e digna, serena e essencial de ser Mulher e, por isso, fascinante em seu "inapelável veto".

    Para aplaudir em pé!

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  5. Jorge, obrigada pela leitura sempre atenciosa de meus poemas.
    Surpreso? Fique não! Meu primeiro livro, No Verde dos Teus Olhos, não tem um soneto sequer...rss...

    Beijos gratos

    Márcia

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  6. Paulo, grande escritor!
    Achei tanta graça de seu comentário...rss... Tem poemas que a gente escreve e, quando se dá conta, também se vê derrubada. Acho que este é um dos resultados da produção poética...
    Obrigadíssima pelo carinho de sua presença, sempre tão bem-vinda.

    Abraços

    Márcia

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  7. Obrigada, Antonio. Feliz com sua presença e com suas palavras.

    Abraços

    Márcia

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  8. Caio!!!!!!!!!!! Fiquei sem fôlego com suas palavras!!!! Desde pequena nunca consegui me ajustar ou ser enquadrada em fôrmas, formas ou fórmulas...a rebeldia é minha companheira desde que me entendo por gente. Agora sou eu quem diz: "Pegou na veia!"
    Obrigada, querido amigo.

    Beijos

    Márcia

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  9. Sarava!
    Poesias, palavras...
    Tudo onde a sensibilidade
    Se aninha
    A Marcia encanta.
    Ai as formas da beleza natural
    Ventilam ares com perfume raro,
    Onde a Vida se renova
    A cada leitura.
    A Mulher é um Ser Universal!
    Todos os dias são dias das Mulheres.
    Beijos
    Heitor
    www.myspace.com/heitordepedrazul

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  10. Num poema-revolta, Márcia Sanchez Luz transporta-nos ao ambiente interior de alguém que sofre a ausência de amor de outrém, que a ignora, acabando por se auto-censurar, vergada à sua própria razão. Eis uma peça poética informal de grande qualidade.
    Eugénio de Sá
    Dez. 08 2010

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  11. Carlos Benítez Villodres9 de março de 2010 às 16:27

    Gracias, estimada Márcia, por el envío de tu correo. Leí con suma delectación las novedades de tu blog. Son excelentes. Enhorabuena.
    Un abrazo fraternal y solidario
    Carlos Benítez Villodres
    Málaga (España)

    http://www.carlosbenitezvillodres.es

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  12. Dueto para Inalienável Veto

    Contrição


    Ah, se esta contrição tornasse leve
    As culpas de te haver ignorado
    Mas sabes tu, mulher, é este o fado
    De quem ignora o bem, e a quem o deve

    Chamas-te parva porque idealizaste
    O que se pode querer de quem se ama;
    O fulgor do desejo, aquela chama
    Que nos teus devaneios idealizaste

    Mas nada foi secreto e eu senti
    Que perdera, imbecil, todos os créditos
    Ao ler no teu olhar tudo o que li

    E se hoje já não ouves os meus éditos
    Não posso censurar-te, pois eu vi
    A desistência nos teus ombros trépidos


    Eugénio de Sá

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  13. Heitor, você me comove com suas palavras! Obrigada pelo carinho de sempre.
    Quando será o próximo concerto aqui no Brasil? Sucesso!

    Beijos

    Márcia

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  14. Carlos, gratíssima por deixar registrada sua leitura do poema.
    Volte sempre que puder e quiser.

    Abraços

    Márcia

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  15. Eugénio, muito obrigada pela delicadeza com que trata meu poema. É uma honra tê-lo aqui!
    Daqui a alguns dias "Contrição" irá fazer dueto com "Inalienável Veto" no Repercussão Literária.

    Um abraço

    Márcia

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  16. sempre me surpreendo com seus poemas!
    te adoro muito
    beijos

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  17. Ana, você me é muito querida, viu?
    Obrigada pelo carinho.

    Beijos

    Márcia

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  18. Márcia querida, como é gratificante a gente ir acompanhando a acessão duma escritora como você, pois ao seu redor, alguns amigos em comum foram lhe admirando, este é o maior sentido do sentido da vida, o valor Humano que percebemos nos amigos.
    Sua poesia , como já disse,
    veio e ficou,
    fincou,
    marcou.
    PARABÉNS,
    Efigênia Coutinho

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  19. Minha doce e querida Efigênia, agora você me derrubou! Coisa linda que você me diz, mulher. Estou emocionada e com uma sensação boa aqui no peito...é tão bom quando encontramos pessoas como você nesta vida!
    Obrigada, do fundo de meu coração.

    Beijos carinhosos

    Márcia

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