terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Maria Bethânia - Prêmio Shell - Sonho Impossível



Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender

Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão

É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz

E amanhã se este chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu
Delirar e morrer de paixão

E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.

2 comentários:

  1. Extraordinária Betânia! O poema ganha sonoridade tal, que somente aos iniciados privilegia.
    À genialidade do tema junta-se a da Musa, e temos uma das mais belas canções universais.
    Bela escolha, Márcia! Sou-lhe grato por ela, pelo alento à Vida. Beijos.

    ResponderExcluir
  2. O poema, na voz de Bethânia, é um cântico de amor à vida, Caio. Não há o que acrescentar à tanta beleza e verdade.

    Beijos

    Márcia

    ResponderExcluir