O POETA
O poeta molha a face
Seca o pranto e se levanta
Deixa o prato, deixa tudo
Só não deixa a esperança.
Escreve...
Rabisca...
Pára o carro num lampejo
Desce o morro
Amarra a fala
Afia a alma
Afoga a dor
Aflige a calma
Cospe fogo se preciso.
O poeta assume a culpa
Do buraco que matou
Da faca que cortou
Do fogo que queimou
Da água que afogou
Do ar que rareou
Da dor que se assolou.
Aniquila-se...
Perturba-se...
Mas logo se levanta
Corre atrás do que esquecera
Verte a culpa, a insensatez
Lava a alma, cospe o horror
Tira disto uma certeza:
Nunca deixa de sentir.
© Márcia Sanchez Luz
*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007
Tia!!!! adorei o blog!
ResponderExcluirviu como eu sei mecher? hahah.
TE AMOOOOOO ! vou ler as poesias pra tentar entender. hahah .
beijao tia!! SAUDAAAADES.
Belo poema. Versos enaltecendo a visão do poeta que encarando as lutas no contexto da existência humana, ainda encontra o lirismo, de seu poetar. Sentindo e fazendo sentir a essência poética que é a emoção. Muito belo, querida poeta Márcia Sanchez Luz.
ResponderExcluirIbernise