quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A GRANDE MENTIRA

Lino Vitti

Não é mais o viver que seguir por atalho
desafiando a dor, em dores se estorcendo,
muitas vezes ao lado humanas feras vendo,
outras muitas, do amor, famélico espantalho.

Vai conosco um fantasma, esquálido e tremendo,
castigo do pecado – o peso do trabalho.
O homem labuta em vão, demais pesa-lhe o malho,
de mentira em mentira a gente vai morrendo.

Estúpida ilusão, nela se engolfa o homem,
fatídica e falaz foge a felicidade
enquanto a humanidade engrandece o abdomem.

Queimam-se sonhos mil ao longo do caminho,
vai-se a vida em fumaça e no altar da vaidade
a humanidade reza e endeusa o que é mesquinho.

(Soneto publicado com a autorização do autor)