Não é mais o viver que seguir por atalho
desafiando a dor, em dores se estorcendo,
muitas vezes ao lado humanas feras vendo,
outras muitas, do amor, famélico espantalho.
Vai conosco um fantasma, esquálido e tremendo,
castigo do pecado – o peso do trabalho.
O homem labuta em vão, demais pesa-lhe o malho,
de mentira em mentira a gente vai morrendo.
Estúpida ilusão, nela se engolfa o homem,
fatídica e falaz foge a felicidade
enquanto a humanidade engrandece o abdomem.
Queimam-se sonhos mil ao longo do caminho,
vai-se a vida em fumaça e no altar da vaidade
a humanidade reza e endeusa o que é mesquinho.
(Soneto publicado com a autorização do autor)
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