Sem nenhum aviso,
as sardas de um rosto, vieram as sardas
e eram notícia de uma navegação morena;
uma voz rouquenha, como se abafasse
o grito súbito sobre este porto
de nenhum aviso.
Nunca lhe direi sobre o amor: jamais faria
declaração de posse às minhas mãos;
nenhum registro público hei de requerer
sobre meus pés; nem protocolos mandarei abrir
sobre meus braços;
mandato algum darei sobre meus olhos:
cega-me a crueldade desta posse.
declaração de posse às minhas mãos;
nenhum registro público hei de requerer
sobre meus pés; nem protocolos mandarei abrir
sobre meus braços;
mandato algum darei sobre meus olhos:
cega-me a crueldade desta posse.
De que haveria de falar, se a voz
me some nos contrastes deste aviso súbito?
Os segredos,
não os desvendarei —
as mãos, a voz, este "sim" —
porque
Ela,
subitamente a tua voz morena:
a flor, o vinho.
me some nos contrastes deste aviso súbito?
Os segredos,
não os desvendarei —
as mãos, a voz, este "sim" —
porque
Ela,
subitamente a tua voz morena:
a flor, o vinho.
(poema publicado com a autorização do autor)
Gravura de Celito Medeiros
Um belíssimo poema, sem dúvida!
ResponderExcluirBeijinhos
e obrigado pelo convite.