segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Vinicius de Moraes


Soneto à Lua
(Vinicius de Moraes)


Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas, e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros ?

Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?

Fugaz, com que direito tens-me pressa
A alma, que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:

E és tão pouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética e indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!

Um comentário:

  1. Esses versos são lindos demais.

    Marcia,... meus blog "Alma de Poesia" e “ Natureza Poética” mudaram de endereço endereço. Os links agora são esses: [ almadepoesia2007.blogspot.com ] e [ Naturesapoetica2007.blogspot.com ].Passa lá quando tiver um tempinho para conhecer.
    Estou linkando o seu neles.
    Se desejar fazer troca dos meus links, vou adorar querida. Beijinhos

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