SONETO DE ANIVERSÁRIO
Anibal Beça ©
13.9.1946 - 25.8.2009
13.9.1946 - 25.8.2009
Setembro me agasalha nos seus galhos
e de amor canto no seu verde ventre:
Eis a ventura vaga em danação,
bronze canonizado nas cigarras.
O canto é breve, fino, e já anuncia
o inconfundível som do último acorde:
aquele dó de peito em nó estrídulo.
Como Bashô sonhara, é despedida
que mal se sabe, é morte anunciada,
canora liturgia sazonal.
Em setembro me mato e me renasço
em canto livre, rouco, sem ter palco,
representando de cor e salteado
o meu 13, que é fado e sortilégio.
(Soneto enviado por e-mail pelo próprio autor)
Um belo soneto... De uma subjetividade a me encantar a alma...
ResponderExcluirBacana isso do Aníbal: enfiar Bashô num soneto, que é pelas imagens e emoções que evoca, também um hai cai. Soneto-Hai?
ResponderExcluirSim, Teresa. Um soneto de fazer doer o peito de tão lindo e repleto de ricas imagens!
ResponderExcluirObrigada pelo registro de sua carinhosa visita.
Beijos
Márcia
Você tem razão, Parreira. O que me chamou a atenção neste soneto foi o tema, além, é claro, da beleza e intensidade do mesmo.
ResponderExcluirOlha que interessante o último hai cai de Bashô, quando já se encontrava bem doente:
""Doente em viagem
sonho em secos campos
Ir-me enveredar"
Obrigada por se juntar a esta homenagem póstuma ao Anibal!
Beijos
Márcia
Grande poeta, grande amigo.
ResponderExcluirRIP, Anibal.
Benny