quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A Poesia de Fabbio Cortez

Vou comprar um relógio novo


Fabbio Cortez


Deveria estar vivendo
cinquenta anos atrás pelo menos.

Nunca sou moderno o suficiente,
sou sempre ridículo
(transtornos e retornos
de um pequeno menino complacente),
e essa adaptação forçada me irrita:

obrigam-me a correr
de desespero,
cruzar sinais vermelhos
(os amarelos são sempre ridículos
como eu),
capotar, voar, tremer.

E nem estou com pressa.



(Poema publicado com a autorização do autor)