quinta-feira, 14 de março de 2013

Castro Alves, no Dia Nacional do Poeta

As duas flores













Castro Alves
(14.03.1847 – 06.07.1871)


São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor! 


3 comentários:

  1. Escrevi a um amigo, a instantes, que "não sou de dias disso ou daquilo, mas, intemporal" - porém, homenageio hoje em nome não sei bem do quê, a existência de Márcia, das mais notáveis poetisas atuais. Abraços.

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    1. Caio, agradeço de coração pelo carinho e respeito que tem por mim e por minha poesia. Quem me dera ser merecedora de tamanho elogio!

      Beijos

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  2. Parabéns pelo blogue... gostei... estou te seguindo...
    abçs

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