quinta-feira, 20 de junho de 2013

Dois poemas de Iremar Marinho












Cavatina para William Blake

Eu me rendo,
William Blake.
Eu te vendo
Minh'alma
De pé-quebrado.
Não suporto mais a luta
do teu céu com meu inferno.

___________                                   


Para Lêdo Ivo
(Ao modo de Sidney Wanderley)
Iremar Marinho

Ninguém sai do poema de Lêdo
Sem o mar estético
Sem as várzeas fluidas
Sem as raparigas do Cavalo Morto

Ninguém sai do poema de Lêdo
Sem lama lacustre
Sem dormir com as putas
Dos velhos sobrados
Do Jaraguá redivivo

Ninguém sai do poema de Lêdo
Sem o açúcar bruto
Do porão das naves
No porto ancoradas

(Poemas publicados com a autorização do autor)

3 comentários:

  1. Iremar - eu também me rendo ao seu poema para suportar as dores do mundo. Com abraçares, Graça Graúna

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    1. Graça,
      Eu me rendo ao seu cativante comentário ao nosso poema-cavatina ao poeta William Blake.
      Rendo-lhe ainda (e retribuo) este poético e carinhoso "abraçares" que me envia.

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  2. Poeta Márcia Sanchez Luz,
    Ninguém entra ou sai deste blog luminoso, sem ser seduzido pela beleza que aqui se desfruta.
    Ao modo de Graça Graúna, eu também me rendo a estes encantos poéticos.
    Sobretudo, agradeço-lhe pelo prestígio que me atribui ao publicar meus modestos escrevinhados. Isto só me incentiva a procurar sempre a poesia volátil de nossas vidas.
    Abraços poéticos para você.

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