quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Colibri, de Luiz Eduardo Caminha

(Img: Beija-flor em pose histórica, Márcia Sanchez Luz) 

















O  C o l i b r i*
Luiz Eduardo Caminha

O colibri rouba,
No beijo,
O doce da flor.

Voa leve, jeitoso,
De galho em galho,
De flor em flor.

Poliniza, reproduz,
Faz da flor o fruto,
Do fruto, semente.

E faz, novamente,
O ciclo da vida,
Do doce da flor,
Do beijo... do amor.

O colibri voa, e rouba
No beijo,
O doce que é flor,
A flor que é fruto,
O fruto que é vida.
A vida que é... amor.

P.S.: ...E se não houvessem flores???

* Do Livro Reflexos

Um comentário:

  1. Obrigado querida amiga Márcia. Estes bichinhos, os colibris, que tão brilahntemente fotografaste, me trazem muito boas lembranças. Foi graças a um destes que voltei, em 1990 a me atrever e voltar a escrever poesias. Lembro como hoje. O pobrezinho chocou-se no vidro da porta de correr de blindex de nosso jardim de inverno. Caiu tonto no chão. Eu o tomei, levei-o até uma bica de água, encharquei-lhe a cabecinha, ele arrepiou-se, ficou um tempo em minha mão aberta, assustado e, logo, saiu voando, mas não sem, antes, voltar a beijar algumas flores, como se agradecido por meu gesto. Foi quando tomei uma caneta e escrevi o poema. Honro a Deus por este dia e pelos outros que se seguiram e não me deixaram mais parar de escrever poemas. Deus te abençoe. Beijos.

    Caminha

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