quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Canto Triste, de Manoel Virgílio


Se canto o canto que canto,
se rimo a rima que rimo,
é p'ra exaltar teu encanto,
ver se de ti me aproximo.

Se penso em ti todo o tempo,
se estás nos versos que verso,
o tempo p'ra mim é perverso,
cada momento, um tormento.

Se me dói uma dor tão intensa,
é porque em mim nunca pensas,
e o teu desamor, deploro.

Se rio meu riso tão triste,
pois a tristeza ainda insiste,
chorar meu choro, não choro.


© Manoel Virgílio


* Do livro "Mulher Estelar: sonetos" - All Print Editora, SP - 2005

(Publicado com a autorização do autor, que me presenteou com esta bela obra)

Um comentário:

  1. Obrigado, amiga Marcia, por ter postado o meu modesto soneto neste seu blog, espaço de alto nível cultural. Continuando o intercambio iniciado postarei, após o carnaval, o seu "Seixos Trabsparentes", lá no "Meus Versos". Meu abraço, Manoel Virgílio

    ResponderExcluir