quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A Poesia de Fabbio Cortez

Vou comprar um relógio novo


Fabbio Cortez


Deveria estar vivendo
cinquenta anos atrás pelo menos.

Nunca sou moderno o suficiente,
sou sempre ridículo
(transtornos e retornos
de um pequeno menino complacente),
e essa adaptação forçada me irrita:

obrigam-me a correr
de desespero,
cruzar sinais vermelhos
(os amarelos são sempre ridículos
como eu),
capotar, voar, tremer.

E nem estou com pressa.



(Poema publicado com a autorização do autor)

5 comentários:

  1. Quero declarar abertamente na Web como para mim é honroso ter um poema meu postado por MÁRCIA SANCHES LUZ, esta poeta tão sensível, mulher de grande valor na literatura contemporânea brasileira.

    Fabbio Cortez

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  2. Obrigada, Fabbio. Saiba que a honra é toda minha!

    Abraços

    Márcia

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  3. Marcinha: que bom ver o Fabbio aqui. Fabbio: que bom é reler este poema aqui neste espaço. Fico duplamente contente. Leila

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  4. Primeiro deixo o necessário e merecido elogio ao poeta (e a poesia) de Fabbio Cortez.

    E em seguida elogio o espaço e a deliberada apresentação do texto de Drummond em uma das postagens anteriores, uma prazer dentro de outro, Carlos Drummond de Andrade falando de Cartola, nada mais válido do que a grandeza de um para com o outro.

    Muitíssimo obrigado!

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  5. Que poema maravilhoso, Márcia!
    Identifiquei-me sobremaneira!
    Grata por nos oferecer algo tão especial.
    Abraço da
    Zélia

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