LOUCURA
Théo Drummond
Num gesto de quem procura
remexo os dedos na lama,e bebo desta água impura
como quem nunca reclama.
A voz rouca grita e clama
por quem possa ter a cura
da minha cabeça em chama
que nunca mais se estrutura.
Sem que pudesse mantê-la
a vista tornou-se escura
como se fosse perdê-la.Mas vi, na minha loucura,
que o céu não tinha uma estrela
e o chão era estrela pura.
AMOR PLATÔNICO
Théo Drummond
A distância que sempre nos separa
só podemos medir pela saudade.
E cada coração sempre repara
que é maior, cada dia, a intensidade.
Amar, de longe, nem é coisa rara,
embora doa mais, pois nos invade,a enorme dor que cada qual mascara:
o querer estar perto, por vontade.Platônico é um amor que sempre existe,
e com toda a saudade que carrega
a tudo e a todos este amor resiste.Mesmo de longe, quando o amor se apega,
pode, na solidão parecer triste
contra tudo ele luta e não se entrega.
Grande Theo, belíssimos sonetos!
ResponderExcluirCicero Melo
Márcia, a generosidade que lhe é própria abre espaços no seu próprio domínio. E, com mãos leves, traz-nos o presente dos mais belos versos de notáveis poetas. Agradecemos e aplaudimos.
ResponderExcluirAgradeço ao comentário do Cícero e
ResponderExcluircreio que o Caio Martins tem razão
quando fala da sua generosidade dando abrigo a outros poetas no seu espaço.
Abraço cordial do
Théo Drummond
Cicero, agradeço por sua presença, sempre bem-vinda.
ResponderExcluirCaio, é sempre muito bom poder prestigiar grandes nomes vivos de nossa literatura.
Muito obrigada por seu carinho. Aproveito para parabenizá-lo pelo belo trabalho de divulgação de poetas e escritores no Prosa e Verso de Boteco. Acho que estamos no caminho certo...
Théo, é um prazer imenso publicá-lo! E receber sua visita é motivo de muita honra para mim. Obrigada pelo carinho de suas palavras.
Márcia