Jornada *
Airo Zamoner. Primavera de 2013
Airo Zamoner. Primavera de 2013
(Img: O Grito, de Edward Munch) |
A manhã que me açoita calores e gelos
era outrora só risos do alto da serra.
E se agora me finge tais beijos e apelos,
um escuro e arrogante final me descerra.
Se, tirana, me impinge a deixar meus valores
eu reluto que deles preciso no inverno
que me exaure das lutas vencidas. As dores,
estas que fiquem puras, ferventes, no inferno.
Sim! Deixo-os todos, meus órgãos digitais!
Não me olhes assim, de repente calada!
Tiram-me dos meus sonhos: estranhos metais.
Eu sei! Já não me cabe decidir mais nada!
Enquanto os pensamentos teimam, nos umbrais
publicam-se os anúncios do fim da jornada.
* Do livro em preparo "Últimos Sonetos"
era outrora só risos do alto da serra.
E se agora me finge tais beijos e apelos,
um escuro e arrogante final me descerra.
Se, tirana, me impinge a deixar meus valores
eu reluto que deles preciso no inverno
que me exaure das lutas vencidas. As dores,
estas que fiquem puras, ferventes, no inferno.
Sim! Deixo-os todos, meus órgãos digitais!
Não me olhes assim, de repente calada!
Tiram-me dos meus sonhos: estranhos metais.
Eu sei! Já não me cabe decidir mais nada!
Enquanto os pensamentos teimam, nos umbrais
publicam-se os anúncios do fim da jornada.
* Do livro em preparo "Últimos Sonetos"
(Soneto publicado com a autorização do autor)
Diante de tanta angústia...só nos cabe ficar "assim, de repente ,calada"
ResponderExcluirBelo e pungente soneto.
Um abraço