Este canto é para os que se encantam com a poesia, com a vida, com a natureza, com a alma humana, em suas mais diversas facetas.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Soneto de Fernando Pessoa
Fernando Pessoa, por Almada Negreiros
Súbita mão de algum fantasma oculto
Entre as dobras da noite e do meu sono
Sacode-me e eu acordo, e no abandono
Da noite não enxergo gesto ou vulto.
Mas um terror antigo, que insepulto
Trago no coração, como de um trono
Desce e se afirma meu senhor e dono
Sem ordem, sem meneio e sem insulto.
E eu sinto a minha vida de repente
Presa por uma corda de Inconsciente
A qualquer mão noturna que me guia.
Sinto que sou ninguém salvo uma sombra
De um vulto que não vejo e que me assombra,
E em nada existo como a treva fria.
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Márcia, escolha preciosa tanto do soneto de Fernando Pessoa quanto da pintura de Almada Negreiros. Revela-se, assim e sempre, a busca dos padrões mais eloquentes, na Poesia, seja por autores de máxima expressão, quanto na construção de sua própria obra.
ResponderExcluirEm "Escrever", no "Porões Duendes", você diz:
"Eis portanto o que faz a diferença
Entre aquele que faz e contagia
E o que não sente a vida assim intensa".
Fernando, Almada e você fazem tal diferença.
Obrigada, Caio. Confesso que estou sem ar. Minhas palavras sumiram diante da generosidade das suas.
ResponderExcluirSaiba que você também faz a diferença!
Um beijo
Márcia