domingo, 20 de março de 2011

A poesia de Cicero Melo


SONETO DE PONTA VERDE


© Cicero Melo


Thalassa e mãe, colar de azul e sódio
E cromo das marés em vagas claras.
Diversos sobre os verdes, febre, fólio
E tempo derramado e luz afásica.

Potrancas, nus, de deusas e cavalas;
Declives sublimados, fumo e bócio,
Lábios, leitos e lúcias laceradas
Sob a madeira do mar, imposto e ócio.

Isto é do mar que morto é manteúdo
Dos afagos do corpo não crismado,
Dos brinquedos do sexo e, sobretudo,

Isto é do mar que rosna – um cão danado,
Inubo, pubo, rubo, ludo, tudo
Nas vozes de outro mar recuperado.


(Soneto, ainda inédito em livro, enviado por email pelo autor)

6 comentários:

  1. Márcia Sanchez Luz
    Meus cumprimentos ao escritor Cicero Melo, pelo belo Soneto aqui
    admirado,
    Efigenia Coutinho

    ResponderExcluir
  2. Somo às palavras de Efigênia. É composição sem jaça, reveladora do talento do Cícero. Insisto que ainda há vida inteligente e sensível no planeta. Justa iniciativa, a de publicá-lo, Márcia.
    Forte abraço.

    ResponderExcluir
  3. Obrigado, meus amigos, pela apreciação. Muita coisa ainda virá por aí.

    Abraços,

    Cicero Melo

    ResponderExcluir
  4. Cicero, agradeço por vir nos abrilhantar com este lindo soneto.

    Efigênia, grata pela visita. Precisamos prestigiar grandes nomes vivos da literatura, como o poeta Cicero Melo.

    Caio, há sim - e é destas pessoas que devemos falar, pois são elas que fazem, de nossos tempos, dias melhores...
    Obrigada por vir.

    Márcia

    ResponderExcluir
  5. Excelente o soneto Ponta Verde, desse competente sonetista Cícero.
    Magnífico,outrossim, o jogo de palavras que engendra com os sons de vocábulos iniciados pela mesma consoante, dando um colorido todo especial à musicalidade do que escreve. É um prazer elogiar sonetistas desse naipe. Esse conhece a materia. Meus parabéns a ele! Humberto-Poeta/SP-Capital

    ResponderExcluir
  6. O poeta Cicero,usa as palavras, para traduzir o que sente, com grande sesibilidaee e sabedoria.
    Por iaso sua poesia é sempre necessária.
    Théo Drummond

    ResponderExcluir