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domingo, 4 de dezembro de 2011

FILHOS NOSSOS

Cicero Melo



(img: Wassily Kandinsky)


Os filhos amadurecem os pais.
Amadurecem,
amadurecem,
até que os apodrecem.

(Publicado com a autorização do autor)

domingo, 7 de agosto de 2011

A ESFINGE

Cicero Melo


(Img: Google)
   












 









Se não te sinto luz, onde a candura
Das palavras bem ditas, bem formadas?
Nas minhas mãos, por ora, vejo estradas
Em traçados de cega agrimensura,

Se não te vivo em mim, vivo a loucura
Das palavras de amor incendiadas,
As taças da paixão dilaceradas
Na bacanal de sangue e de ternura.

Amor, amado amor, amargo amor,
Como dilacerar os teus mistérios,
Que me transluzem sonhos em torpor?

É muito tarde, meu amor impuro.
O sol já ilumina os cemitérios.
Voltarei amanhã, me crê, eu juro.

domingo, 20 de março de 2011

A poesia de Cicero Melo


SONETO DE PONTA VERDE


© Cicero Melo


Thalassa e mãe, colar de azul e sódio
E cromo das marés em vagas claras.
Diversos sobre os verdes, febre, fólio
E tempo derramado e luz afásica.

Potrancas, nus, de deusas e cavalas;
Declives sublimados, fumo e bócio,
Lábios, leitos e lúcias laceradas
Sob a madeira do mar, imposto e ócio.

Isto é do mar que morto é manteúdo
Dos afagos do corpo não crismado,
Dos brinquedos do sexo e, sobretudo,

Isto é do mar que rosna – um cão danado,
Inubo, pubo, rubo, ludo, tudo
Nas vozes de outro mar recuperado.


(Soneto, ainda inédito em livro, enviado por email pelo autor)