domingo, 7 de agosto de 2011

A ESFINGE

Cicero Melo


(Img: Google)
   












 









Se não te sinto luz, onde a candura
Das palavras bem ditas, bem formadas?
Nas minhas mãos, por ora, vejo estradas
Em traçados de cega agrimensura,

Se não te vivo em mim, vivo a loucura
Das palavras de amor incendiadas,
As taças da paixão dilaceradas
Na bacanal de sangue e de ternura.

Amor, amado amor, amargo amor,
Como dilacerar os teus mistérios,
Que me transluzem sonhos em torpor?

É muito tarde, meu amor impuro.
O sol já ilumina os cemitérios.
Voltarei amanhã, me crê, eu juro.

2 comentários:

  1. cicero, poetamigo, sempre afiado na exata palavra!

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  2. O poema é lindo e não o considero impuro, mas puro!

    Parabéns ao poeta!

    Maria Luísa Adães

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