- Pega ladrão!
Poderia começar este texto falando sobre caçar plagiadores, mas estes nem precisam ser caçados. Afinal, eles são a espécie mais desprezível e mais fácil de ser encontrada no universo virtual. Pessoas inescrupulosas, dotadas de completa falta de imaginação, têm como único trabalho digitar “control c” e “control v” (leia-se “copiar” e “colar”) e sair pela internet se promovendo com criação alheia, isto é, nomeando-se autor da mesma. Isto é plágio, crime previsto pela Lei n.º 9.610, de 19/02/98 (Lei dos Direitos Autorais). E, como em toda lei, existem punições para quem as burla.
O que um autor leva dias, meses ou anos para produzir acaba nas mãos de delinquentes intelectuais. E o que isto tem de diferente de qualquer outro roubo? Nada! Roubo é roubo, não importa por qual meio ele se efetivou. O resultado é o mesmo: o direito de um cidadão é violado. Combater essa prática é obrigação de todo leitor consciente, de todo autor autêntico.
Foi o que ocorreu com o livro "O Carro de Boi", escrito em 1997 por Caio Martins e publicado pela Editora Romus Artes Gráficas, copiado na íntegra e postado na web por sujeitos sem nenhum escrúpulo nem ética. Abaixo, menciono a obra original e o "link" para a página. Vale a pena conhecer. Para os plagiários, somente há que dizer: - Pega ladrão!
© Márcia Sanchez Luz
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O CARRO DE BOI (1)
Caio Martins
Tem carro de boi, e tem carreta. Carreta, ou carroção, tem roda raiada e é muda, não canta. Carro de boi tem roda inteira, e canta para se ouvir de léguas, seja gaita, pombo ou baixão . É coisa de sertanejo, é uma saudade doída de um tempo onde se ia devagar, mas havia mais tempo para ver e entender as coisas. Saber de carro de boi, é mexer com magia, é entender a alma da madeira e do ferro, da terra e do fogo, da água e do ar... [...]
(1) Veja o texto completo em:
http://caiovmartins.blogspot.com/p/o-carro-de-boi.html
Coisa feia, muito feia. Mas a internet, infelizmente, é um espelho da realidade, da sociedade; do que tem de bom e de ruim. Terra de ninguém.
ResponderExcluirMuito bom o seu alerta, sua denúncia! - Infelizmente isso é o que mais acontece hoje em dia na Net - os incapazes, incompetentes e inescrupulosos estão aí à solta - e temos que infelizmente conviver com isso. Concordo com o que dise Parreira: internet, terra de ninguém, do bom e do ruim. E temos que enfrentar fazendo exatamente o que você fez: denunciando! Grande abraço, poeta.
ResponderExcluirMárcia, agradeço muito a referência. Quem não respeita o trabalho alheio não merece o menor respeito. Tem de ser denunciado e penalizado. Não é uma questão cultural: é, definitivamente, de índole, de péssimo caráter.
ResponderExcluirSua atitude firme e absolutamente necessária, nessa "terra de ninguém", fala por todos os escritores e autores éticos e honestos.
Devemos somar-nos incondicionalmente a ela.
Escrevi há 8 anos atrás um artigo Terra de Ninguém de tanto ter textos meus usurpados. Atualmente aplaudo sua luta, apoio sua denuncia e penso com imensa tristeza que a impunidade sugere a lei de Gérson. Continuo sendo lesada de forma descarada e colocando na justiça e meus cabelos ficando brancos na espera dela. beijos..rosa pena
ResponderExcluirOi, Márcia. Belo libelo. Infelizmente, não há muito mais a fazer além da denúncia. Mas com certeza sempre haverá alguém atento para fazer a denúncia, daí, ó, o plagiador(a) finda, mesmo que outro se "apresente" logo adiante. É como matar baratas e peçonhas. Abraços, Pedro.
ResponderExcluirMárcia,
ResponderExcluirA internet é a última mídia dos sinais dos fins dos tempos, é uma ferramenta apocaliptica. É uma terra de ninguém. É o que o Livro Sagrado refere-se, todos serão números, IP dos computadores. Cabe a nós do bem e de bem denunciar, denunciar, denunciar e gritar bem alto. Mas é só isso, nada mais que isso!
Um abraço amiga consciente.
Mauro
Olá Márcia, gostei.
ResponderExcluirO trabalho do Caio Martins é tão perfeito que quem acabou sentindo uma saudade doida e doída, fui eu. O carro de boi é perfeito na construção, pequena diferença do que usamos no Sertão Nordeste. Por exemplo a carga. Nunca vi um que precisasse de mais de quatro bois. O arroz de carreteiro, só o conheço do Rio Grande do Sul, que freqüentei muitas vezes até quatro, cinco anos atrás. Nós produzimos no campo e nas estradas sertanejas nordestinas o rubacão, possivelmente o sucedâneo do arroz. Não digo com segurança, jamais atentei para a semelhança da iguaria dos careteiros e tropeiros.
Quanto ao plágio, amiga, só diria que esse tipo de crime é mais abjeto que o de furto de bens materiais. Quem nos rouba o escrito rouba a mente, a própria alma.
Uma nota: rubacão é um guisado de arroz com feijão e carne seca (entre nós carne de bode)
Esteja bem.
João
Querida Marcia: trabalhamos tanto e temos muitas vezes o desprazer de ver nossos escritos sendo aproveitados por pessoas inescrupulosas. Parabens pela denúncia. Cadeia para os ladrões!
ResponderExcluirSaudações literárias,
Grauninha
Olá Márcia
ResponderExcluirQue fato absurdo esse. Espero que os responsáveis sejam devidamente punidos, se bem que não dá para esperar muito de nossa "justiça".
Abraços,
Paulo
As pessoas deveriam procurar o significado da palavras ética, paz.
ResponderExcluirBeijo Lisette