Este canto é para os que se encantam com a poesia, com a vida, com a natureza, com a alma humana, em suas mais diversas facetas.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Aniversário de Thiago de Mello
Canto do meu canto
Thiago de Mello
Escrevi no chão do outrora
e agora me reconheço:
pelas minhas cercanias
passeio, mal me freqüento.
Mas pelo pouco que sei
de mim, de tudo que fiz,
posso me ter por contente,
cheguei a servir à vida,
me valendo das palavras.
Mas dito seja, de uma vez por todas,
que nada faço por literatura,
que nada tenho a ver com a história,
mesmo concisa, das letras brasileiras.
Meu compromisso é com a vida do homem,
a quem trato de servir
com a arte do poema. Sei que a poesia
é um dom, nasceu comigo.
Assim trabalho o meu verso,
com buril, plaina, sintaxe.
Não basta ser bom de ofício.
Sem amor não se faz arte.
Trabalho que nem um mouro,
estou sempre começando.
Tudo dou, de ombros e braços,
e muito de coração,
na sombra da antemanhã,
empurrando o batelão
para o destino das águas.
(O barco vai no banzeiro,
meu destino no porão.)
Nada criei de novo.
Nada acrescentei às formas
tradicionais do verso.
Quem sou eu para criar coisas novas,
pôr no meu verso, Deus me livre, uma
invenção.
Poema extraído do site “Jornal de Poesia”, de Soares Feitosa.
domingo, 20 de março de 2011
A poesia de Cicero Melo
SONETO DE PONTA VERDE
© Cicero Melo
Thalassa e mãe, colar de azul e sódio
E cromo das marés em vagas claras.
Diversos sobre os verdes, febre, fólio
E tempo derramado e luz afásica.
Potrancas, nus, de deusas e cavalas;
Declives sublimados, fumo e bócio,
Lábios, leitos e lúcias laceradas
Sob a madeira do mar, imposto e ócio.
Isto é do mar que morto é manteúdo
Dos afagos do corpo não crismado,
Dos brinquedos do sexo e, sobretudo,
Isto é do mar que rosna – um cão danado,
Inubo, pubo, rubo, ludo, tudo
Nas vozes de outro mar recuperado.
(Soneto, ainda inédito em livro, enviado por email pelo autor)
quinta-feira, 10 de março de 2011
Os Ecos da "Poesia no Metrô"...
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