segunda-feira, 21 de maio de 2012

DILEMA

Marco Bastos


Riacho na sombra - Courbet















Eu trago nesse canto em pauta, por dilema
sofrido pensamento à beira dum riacho
com tocha que se acende em rochas sem poema
perdido em meu conflito aflito onde me acho.

Se encontro em desencontro a trama do problema
começo e já reparto a questão de alto a baixo
divido bem o todo em partes-teorema
e são coisas que igualo a causas que não encaixo.

Sinto a dualidade e a vida se bifurca
em cada encruzilhada à frente do caminho
- no canto do meu fado a vida quer mazurca.

À margem do riacho ao olhar redemoinho,
a voragem que cega à noite me conspurca
querendo alinhar água e água é desalinho.


 


2 comentários:

  1. Obrigado, Márcia. Fiquei feliz mais uma vez ao ver meu soneto publicado em um espaço tão nobre e de qualidade literária tão elevada. Um blog criado e administrado por Márcia Sanches Luz, valoriza as obras que contém - sou profundo admirador dos sonetos que tu escreves. A pintura que associaste ao poema também harmonizou-se perfeitamente com o tema e com as metáforas ali escritas.
    abraços.
    Marco.

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  2. Quem agradece sou eu, Marco. Precisamos nos unir e mostrar as obras de nossos contemporâneos, valorizando, assim, a Poesia que faz história.

    Abraços, poeta e amigo.

    Márcia

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