sexta-feira, 18 de maio de 2012

Imprecisões

Luiz Eduardo Caminha


Reminiscência arqueológica, Salvador Dalí


Quem sou eu,
este ser inerme,
que faz da voz,
arma contusa?

Quem sou eu,
este ser inerte,
que mexe, remexe,
látego impiedoso?

Quem sou, afinal,
este ser sereno,
que num ímpeto se faz,
irascível mordaz?

Oh, cruel, inominado e controverso ser,
Verso, reverso, homo erraticus et perdidit!

Acaso uma criatura?
Erro da Criação,
insigne animal,
pedestal de areia?

Quiçá um dia,
de tanto me procurar,
alcance, almejo,
lugar pra descansar.

Desta busca infindável,
deste contínuo rebuscar.
Neste dia, quiçá, porvir,
Deus se ponha a me perdoar.






2 comentários:

  1. Querida Márcia,

    Muito obrigado. Ter um poema de minha autoria publicado no Blog de uma mestra da poesia me deixa lisonjeado. Obrigado minha amiga. Que Deus te abençoe e ilumine sempre.

    Caminha

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  2. Caminha, caro amigo e poeta, é um prazer publicá-lo. Seu poema veio abrilhantar este espaço que é de todos nós. Obrigada pela partilha de suas indagações, tão importantes para nosso crescimento.

    Abraço carinhoso

    Márcia

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